França decidiu suspender as operações militares conjuntas com as forças do Mali, segundo um comunicado divulgado, esta quinta-feira, pelo Ministério da Defesa
"Requisitos e linhas vermelhas foram estabelecidos pela CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] e pela União Africana para esclarecer o quadro da transição política no Mali", e "enquanto se aguarda essas garantias, França (...) decidiu suspender, como medida cautelar e temporária, as operações militares conjuntas com as forças do Mali, bem como as missões de assessoria nacionais em seu benefício", sublinha o Ministério da Defesa em comunicado citado pela AFP.
"Estas decisões serão reavaliadas nos próximos dias à luz das respostas que serão fornecidas pelas autoridades do Mali", conclui o ministério.
O Mali, alvo de um golpe de Estado no final de Maio, o segundo em menos de um ano, foi suspenso das instâncias da Francofonia, anunciou o Conselho Permanente da Francofonia (CPF).
Reunido em sessão extraordinária em Paris, o CPF, uma das instâncias da Organização Internacional da Francofonia, "condenou firmemente" o golpe do coronel Assimi Goïta, ocorrido no dia 24 de Maio, e decidiu "suspender a República do Mali das instâncias da Francofonia", mantendo, contudo, os programas de restabelecimento da ordem democrática, afirma aquele órgão em comunicado.
Numa resolução adoptada por unanimidade, o CPF pede "a nomeação de um primeiro-ministro civil e de um Governo inclusivo" e "exige o levantamento imediato de todas as restrições impostas a todos os atores políticos, em particular a prisão domiciliária dos antigos Presidente e primeiro-ministro".
Assimi Goïta, autor de um anterior golpe de Estado em Agosto de 2020, fez-se declarar Presidente depois de ter destituído os civis à frente do executivo, o Presidente Bah Ndaw e o primeiro-ministro Moctar Ouane.
Preocupada com a situação de segurança e a luta contra os ataques terroristas na região, a comunidade internacional aceitou o golpe como um facto consumado, não adoptando qualquer sanção.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) limitou-se a suspender o Mali das suas instâncias, exigindo a nomeação de um novo primeiro-ministro civil e a manutenção das eleições agendadas para o início de 2022.
A União Africana e a França - parceiros-chave na luta antiterrorista com a sua força Barkhane, com 5.100 elementos - alinharam com a CEDEAO.
Em 26 de Maio, o Conselho de Segurança da ONU emitiu uma condenação "firme", mas sem qualquer sanção. (RM /NMinuto)
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