O chefe da junta do Mali, o coronel Assimi Goita, prometeu, este sábado, instituir um governo para restaurar o poder civil num prazo de 18 meses, após a adopção de uma carta de transição.
Os especialistas nomeados pela junta que derrubou o Presidente Ibrahim Boubacar Keita, a 18 de Agosto, adoptaram esta "carta" após três dias de discussões em Bamaco entre personalidades políticas, sociedade civil e militares.
"Assumimos o compromisso perante vocês de não poupar esforços na implementação de todas essas resoluções no interesse exclusivo do povo do Mali. Pedimos e esperamos a compreensão, o apoio e acompanhamento da comunidade internacional na implementação correta e diligente desta carta e da rota de transição", declarou o coronel Goita.
O chefe da junta disse ainda aos participantes que os resultados que alcançaram permitem-lhe "ter esperança no advento de um novo Mali, democrático, laico e próspero, baseado no trabalho, justiça social e igualdade".
Alguns dos parceiros internacionais do Mali, a começar pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reclamam o regresso de civis no prazo máximo de um ano, após uma transição liderada igualmente por civis.
A CEDEAO impôs um embargo ao comércio e às transacções financeiros do Mali e deu um prazo à junta, até terça-feira, para nomear um presidente e um primeiro-ministro de transição, que devem ser civis, defendendo que a transição não deve exceder um ano.
Na sequência do golpe de Estado de 18 de Agosto, vários responsáveis do Governo de IBK foram detidos e posteriormente libertados, após mediação da CEDEAO.
O ex-Presidente deixou Bamaco na noite deste sábado a bordo de um voo especial alegadamente para receber tratamento no estrangeiro, mas fontes ligadas à junta militar no poder asseguram que a CEDEAO defende o regresso ao Mali de Ibrahim Boubacar Keita, caso a justiça e segurança do país o exijam.
A junta militar, que se auto-designou Comité Nacional para a Salvação do Povo, está a promover consultas com diversas formações políticas civis do país para preparar o processo de transição.
Além da instabilidade política, o Mali regista uma situação de violência intercomunitária e de frequentes ataques 'jihadistas' contra o exército maliano e as forças estrangeiras, incluindo francesas, destacadas em extensas zonas do centro e norte do país. (RM /NMinuto)
Bem-vindo ao nosso Centro de Subscrição de Newsletters Informativos. Subscreva no formulário abaixo para receber as últimas notícias e actualizações da Rádio Moçambique.