Para um norte-americano com raízes indianas, o melhor presente é ver a sobrinha de seis anos atenta ao exemplo da vice-Presidente eleita Kamala Harris e acreditar que pode chegar também ao topo.
A inauguração presidencial de Joe Biden e Kamala Harris, que acontece hoje, representa para os habitantes de Washington que a "humanidade vai regressar à Casa Branca" e as condições de vida dos cidadãos poderão melhorar, mas para Simi há mais um aspecto importante.
Simi, um economista de 36 anos nascido nos Estados Unidos no seio de uma família indiana imigrante, disse à agência Lusa que Kamala Harris, que se vai tornar a primeira vice-Presidente mulher por volta do meio-dia em Washington (17:00 em Lisboa), traz nova motivação principalmente para as crianças descendentes de imigrantes nos Estados Unidos, como os seus sobrinhos.
"Só por ter uma mulher como vice-Presidente da nação e uma mulher de cor é muito importante", comentou Simi à agência Lusa.
A sobrinha de Simi é também indiana nascida nos EUA e "tem seis anos, mas ver que ela sabe que poderá ser tão grande como a Kamala Harris é o maior presente que um tio pode receber", defendeu.
Rachel, de 28 anos, disse à agência Lusa que viu na televisão, na terça-feira, o discurso de Joe Biden a partir de Delaware.
As emoções mostradas pelo líder político provaram, aos olhos de Rachel, que a "humanidade está a regressar" à Casa Branca.
"Mais do que aderir a tendências ou fazer 'bullying' ou incentivar controvérsias para se posicionar como vencedor, um Presidente e vice-Presidente têm de dar ouvidos à população, defender a união e promover a melhoria de condições de vida dos cidadãos", considerou Rachel à Lusa.
Andrew, de 34 anos, prevê que os próximos quatro anos sejam "de menos alta tensão e menos dores de cabeça" e deseja que o país "se una e saia pelo melhor caminho", depois de todas as dificuldades por que passaram.
As namoradas Bren, de 24 anos e Alex, de 32, disseram à Lusa que se sentem mais seguras e confiantes no futuro.
"Sendo lésbicas, somos parte de uma comunidade maior. A comunidade LGBT foi oprimida durante demasiado tempo com Trump e os transexuais foram privados dos seus direitos, como por exemplo, serem proibidos de entrar nas Forças Armadas", disse Bren.
Alex completou: "Queremos os mesmos direitos que pessoas heterossexuais e pessoas brancas. Sinto-me muito mais esperançosa para o futuro", com a administração de Joe Biden e Kamala Harris, apoiados pelo partido Democrata.
"Como sociedade, ainda temos muito a mudar, mas é bom termos líderes que se preocupam com todas as pessoas, inclusivamente Biden preocupa-se com pessoas que votaram contra ele. Faz-me sentir mais segura", sublinhou Alex.
Joe Biden e Kamala Harris tomam posse hoje em Washington, uma cidade ocupada por cerca de 25 mil militares por razões de segurança.
Donald Trump perdeu a reeleição em Novembro, intentando dezenas de processos em tribunais estaduais para rejeitar os votos que davam vantagem ao candidato rival, Joe Biden.
O Presidente cessante recusou-se a aceitar os resultados, por alegar que se tratava de fraudes eleitorais no voto postal, que este ano foi muito participado devido à pandemia de covid-19.
Em 06 de Janeiro, o Capitólio dos Estados Unidos, em Washington, foi invadido por uma insurreição incentivada por Donald Trump, que passou a ser alvo de um segundo processo de destituição.
Grande parte dos cidadãos norte-americanos demarcaram-se do ataque e esperam estabilidade, melhorias económicas e distribuição eficaz de vacinas contra a covid-19, alguns dos principais desafios da administração de Biden e Harris. (RM-NM)
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