Os ministros das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) recomendaram à União Africana (UA) a organização de uma Cimeira Continental de Inteligência Artificial (IA) para a colaboração, o intercâmbio de conhecimentos e o planeamento estratégico entre as partes interessadas no continente.
O desejo, expresso no site da UA, refere que os ministros aprovaram, recentemente, por unanimidade, a Estratégia Continental de Inteligência Artificial e o Pacto Digital Africano para acelerar a transformação digital de África, libertando o potencial das novas tecnologias digitais.
Ambas as iniciativas constituem a contribuição de África para o Pacto Digital Global e para a Cimeira do Futuro das Nações Unidas, em Setembro de 2024, devendo ser submetidas ao Conselho Executivo da União Africana em Julho de 2024, para consideração e adopção.
A Estratégia Continental de IA e o Pacto Digital Africano estão ancorados na Estratégia de Transformação Digital da União Africana (2020-2030) e na Agenda 2063 e baseiam-se em outras políticas, estratégias e quadros digitais continentais, tais como a política de dados, dados pessoais de protecção, cibersegurança, entre outros, com base nas aspirações de desenvolvimento de África a longo prazo.
Mais de 130 ministros e especialistas africanos reuniram-se, virtualmente, de 11 a 13 de Junho de 2024, na 2ª Sessão Extraordinária do Comité Técnico Especializado em TIC para iniciar a transformação digital em todo o continente, atendendo às rápidas evoluções no sector alimentadas pela IA.
A Estratégia Continental de IA fornece orientação aos países africanos para aproveitarem a inteligência artificial para satisfazer as aspirações de desenvolvimento de África e o bem-estar do seu povo, promovendo ao mesmo tempo a utilização ética, minimizando riscos potenciais e aproveitando oportunidades.
Durante o evento, a Comissária da União Africana para as Infra-estruturas e Energia, Amani Abou-Zeid, afirmou que para os africanos a Inteligência Artificial apresenta enormes oportunidades e é uma força motriz para mudanças positivas, transformacionais, bem como para o crescimento económico e o progresso social.
“Adaptar a IA às realidades africanas é fundamental. Os sistemas de IA devem ser capazes de reflectir a nossa diversidade, línguas, cultura, história e contextos geográficos”, afirmou.
Os ministros concordaram que ao investir em jovens africanos, inovadores, cientistas da computação, especialistas em dados e investigadores de IA, abre-se caminho para o sucesso de África na arena global da IA.
O comité ministerial também aprovou o Pacto Digital Africano, que é a visão comum de África e uma voz que traça o futuro digital de África e aproveita o potencial transformador das tecnologias digitais para promover o desenvolvimento sustentável, o crescimento económico e o bem-estar social em toda a África.
O ministro da Informação, Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação do Reino do Lesotho, Presidente da Mesa do Comité Técnico, Nthati Moorsi, enfatizou que se deve garantir que quando a comunidade global abordar o problema de alinhamento da inteligência artificial, as necessidades e contextos únicos de África sejam considerados.
Durante as discussões, os governantes destacaram a importância de impulsionar o papel de África na definição da governação digital global e insistiram na importância do reforço de capacidades e da transferência de conhecimentos para capacitar a juventude, o sector privado e as instituições. (RM-Angop)
Bem-vindo ao nosso Centro de Subscrição de Newsletters Informativos. Subscreva no formulário abaixo para receber as últimas notícias e actualizações da Rádio Moçambique.