A China volta a conseguir colocar em órbita lunar um veículo autónomo, com vista a explorar o lado não visível do satélite natural da Terra. O novo módulo chinês Chang'e-6 atingiu com sucesso a órbita da Lua na noite de terça-feira. A missão consiste em recolher rególito lunar e enviá-lo para o planeta.
Lançada a 3 de maio, a missão da Administração Espacial Nacional da China (CNSA) realizou uma viagem até à Lua de cerca de 112 horas. Esta missão representa a primeira tentativa de recolher amostras do lado oposto do satélite , significando este feito importantes avanços científicos.
Neste momento e de acordo com a CNSA, o Chang'e-6 está numa órbita lunar elíptica, com um periapsis de aproximadamente 200 quilómetros, e tem previsto o lançamento de um cubo de sete quilos, designado por Icube-Q, na órbita lunar, que vai estudar a preparação para a etapa seguinte: a alunagem.
Esta etapa só está prevista para o início de junho, altura em que o Sol estará a iluminar a face oculta da Lua – ou seja, Lua Nova, do ponto de vista terrestre. Mas alguns dias antes o módulo de alunagem será separado do módulo de transporte, que antecederá à tentativa de pouso prevista para a cratera Apollo.
A área-alvo localiza-se dentro da vasta e antiga Bacia do Pólo Sul-Aitken (SPA), acreditando-se conter material único da formação geológica do satélite natural da Terra.
A análise dessas amostras pode fornecer novas pistas sobre a Lua, especialmente a história da sua formação e as diferenças entre os dois hemisférios - visível e não visível.
A missão Chang'e-6 deverá durar aproximadamente 53 dias, desde o lançamento até à alunagem, de acordo com informações divulgadas pelo Laboratório de Exploração Espacial Profunda (DSEL), da CNSA.A tentativa de alunagem ocorrerá quando o Sol estiver alto o suficiente no céu sobre a área designada, o que está programado para ocorrer após o nascer do Sol sobre a cratera Apollo, a 28 de maio.
As operações de recolha de amostras deverão ser realizadas 48 horas após a alunagem, seguindo-se o envio das amostras para a órbita lunar através de um veículo de subida.
O Chang'e-6 conta com o suporte do satélite Queqiao-2 para transmitir comunicações entre o módulo lunar e as estações terrestres.
Além do objetivo principal de retornar amostras, o Chang'e-6 transporta ainda cargas úteis internacionais de França, Suécia e Itália, bem como cubesats com o envolvimento do Paquistão, mas não só. Numa foto recentemente divulgada, pode ver-se numa das partes laterais do módulo de alunagem um rover adicional, algo que não foi transportado na missão Chang'e-5.
Pouco se sabe sobre o rover, mas uma menção ao rover Chang'e-6 é feita pelo Instituto de Cerâmica de Xangai, na rede social X, da Academia Chinesa de Ciências (CAS). Sugere que o pequeno veículo transporta um espectrómetro de imagem infravermelha.
Este empreendimento faz parte dos objetivos lunares mais amplos da China, incluindo missões futuras ao pólo sul da Lua e a eventual criação de uma base permanente até à década de 2030. (RM-RTP)
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