Mais de 75 peritos de saúde de África e do mundo irão participar na 32ª Reunião da Comissão Africana de Certificação para a Erradicação da Pólio (ARCC), a decorrer em Maputo de 31 de Outubro a 3 de Novembro.
O encontro tem como objectivo passar em revista os progressos e os desafios que África enfrenta no processo da eliminação da poliomielite, bem como acordar em acções futuras.
A ARCC é um organismo independente, responsável pelo processo de certificação da erradicação da poliomielite na Região Africana. E os países são responsáveis pelas suas actividades de erradicação da poliomielite. O organismo é presidido pela Professora Dra. Rose Leke desde 1998.
Como parte das suas actividades, a ARCC organiza reuniões duas vezes por ano para discutir os progressos e desafios que África continua a enfrentar e convida alguns países que apresentam preocupações.
Essas reuniões realizam-se sucessivamente num local diferente. Desta vez, Moçambique foi escolhido para acolher o encontro. Como membro da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI), a Organização Mundial de Saúde fornece apoio técnico para a organização desta reunião bianual.
O encontro vai contar com a participação de especialistas de seis países, nomeadamente: Botswana, Malawi, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
A selecção dos países foi baseada na situação epidemiológica actual dos mesmos e pelo facto de serem todos membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Moçambique está a responder a um surto de poliovírus selvagem desde o primeiro semestre de 2022. Simultaneamente, o país responde a surtos de poliovírus circulante tipo 1 e 2 (cVDPV1 e cVDPV2).
Em coordenação com os parceiros da GPEI, sob a liderança do Ministério da Saúde, Moçambique tem feito um trabalho notável. Até agora, o país realizou 9 rondas de vacinação contra a pólio, e os resultados são notáveis. Há mais de 444 dias que o país não regista casos de poliovírus selvagem, o que reforça a possibilidade da cadeia de transmissão ter sido interrompida.
O Ministro da Saúde, Armindo Tiago, afirma: “A pólio é uma emergência de saúde pública séria. Portanto, o nosso compromisso para a sua eliminação é firme e responsável. Continuaremos a reforçar a nossa vigilância e o nosso programa de vacinação como alicerces para o sucesso desta luta. Queremos ver Moçambique, África e o mundo livre da doença”.
O Representante da OMS em Moçambique, Dr. Severin Von Xylander, referiu: “Para alcançarmos um mundo livre de todas as formas de poliomielite, apelamos urgentemente por uma propriedade colectiva e responsabilidade em toda a parceria da GPEI juntamente com os governos, comunidades, jornalistas e todas as outras partes interessadas”.
Desde que a resolução para a erradicação mundial da poliomielite foi adoptada, em 1988, durante a 41.ª Assembleia Mundial da Saúde, cerca de 20 milhões de crianças foram poupadas de deficiências e hoje caminham. Duas das três estirpes do poliovírus selvagem (tipo 2 e 3) foram certificadas como erradicadas e em 2020 a Região Africana foi certificada como livre do poliovírus selvagem.
A Poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contacto directo com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia. (RM)
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