O Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, apontou hoje a necessidade de recrutar mais jovens para o Serviço Militar Obrigatório (SMO), face à ameaça terrorista que o país ainda enfrenta.
"Quero lembrar aos jovens que o país é nosso e de mais ninguém. O país principalmente é dos jovens, porque são eles que constroem o presente e constroem também o futuro. Não deixemos que o terrorismo se alastre, protejamos as nossas famílias, juntemo-nos como um povo único", apelou Cristóvão Chume, no distrito de Nhamatanda, província de Sofala, na cerimónia de Lançamento da campanha de recenseamento militar deste ano.
"Jovens com a vossa idade, provenientes de todos os cantos do país, estão a dar o seu melhor para defender a população de Cabo Delgado e a população de todo Moçambique. Assim, usamos esta oportunidade para encorajar os nossos jovens que estão na linha da frente, no combate ao terrorismo e extremismo violento, para que continuem com coragem e firmeza que Moçambique vai vencer, custe o que custar, o terrorismo", disse o Ministro.
Esta campanha de recenseamento militar arrancou em 02 de Janeiro e, até 28 de Fevereiro, o Ministério da Defesa Nacional prevê recensear 221.141 jovens de ambos os sexos, a partir de um total de 1.499 postos fixos.
"Vamos todos participar no recenseamento militar para podermos fortalecer a Defesa Nacional e particularmente as Forças Armadas do serviço cívico, a bem do nosso país", frisou.
O exercício é feito no início de cada ano e não implica automaticamente a incorporação no SMO, que está sujeito a testes de aptidão e ao número definido anualmente para o ingresso nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
O parlamento moçambicano aprovou em Dezembro a revisão à Lei do Serviço Militar, que estabelece o aumento de dois para cinco anos no tempo mínimo de serviço nas tropas gerais e de dois para seis anos a permanência nas forças especiais.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu em 22 de Novembro "decisões" sobre a capacidade de resposta das Forças Armadas em Cabo Delgado, nomeadamente com reservistas, tendo em conta a prevista retirada das forças estrangeiras que apoiam no terreno contra os grupos terroristas.
"Decisões concretas sobre a capacidade de resposta das Forças Armadas em relação à sua acção no combate ao terrorismo em Cabo Delgado no período após a retirada das forças amigas da SAMIM e do Ruanda", apelou, ao intervir, em Maputo, na abertura do XXIV Conselho Coordenador do Ministério da Defesa Nacional.
"Para o efeito, a vossa reflexão deve igualmente avaliar a forma de melhor capitalizar o manancial de reservistas, empenhando-os directa ou indirectamente em várias missões em prol da defesa da soberania e integridade territorial do nosso país. E a realidade actual justifica", acrescentou, dando como exemplo os antigos combatentes da luta de libertação, que ainda "são úteis, mesmo depois de 40 anos".
Na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado, Nyusi destacou a importância "convocar o cidadão" e a sociedade em geral para "participarem activamente no esforço de defesa nacional".
A cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovou em agosto passado a prorrogação da missão em Cabo Delgado, Moçambique, por 12 meses, até Julho de 2024.
Além da SAMIM e das forças governamentais moçambicanas, combatem a insurgência em Cabo Delgado as tropas do Ruanda. (RM)
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