Movimento de Solidariedade Malawi-Palestina, condena o governo de Lilongwe por ter votado mais uma vez, contra a resolução das Nações Unidas, para um cessar-fogo em Gaza.
O movimento diz que, sendo o Malawi signatário da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, também chamada de Convenção sobre Genocídio, e membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, não se justifica a posição tomada.
Segundo o coordenador nacional do Movimento de Solidariedade Malawi-Palestina, Asaboni Phiri, ao rejeitar uma trégua, o Malawi está se colocando em uma situação ruim e em colisão com outros países que apoiam a resolução da ONU.
Para Phiri, a guerra Israel-Palestina não é religiosa, razão pela qual, muitos países defendem um cessar-fogo, a exemplo da África do Sul que até arrastou Israel à barra do tribunal.
“O que outros países diriam se uma guerra semelhante acontecesse no Malawi? Questionou, acrescentando que o país tem jovens trabalhando em Israel, que podem ser alvos de bombardeamentos”.
A professora associada de ciência política da Universidade Católica, Nandini Patel, corrobora com as declarações de Phiri, afirmando que o Malawi deveria tomar sua posição sobre o conflito com base em questões humanitárias e não religiosas.
Nandini Patel afirmou que seria prudente que o Malawi tomasse um posicionamento depois de antever as consequências à longo prazo.
“Não se deve apoiar uma guerra, com intuito de salvaguardar as relações que o Malawi tem com Israel. O Malawi está sozinho e é uma visão míope votar contra a resolução da ONU”, sublinhou.
O Conselho Ulama do Malawi também ergueu a sua voz condenando a liderança do país por ter tomado uma posição controversa sobre o assunto.
Falando a jornalistas em Blantyre, Mufti Muhammad Uthuman disse que apesar de ser conhecida como uma nação temente a Deus, lamentou o facto de o Malawi estar do lado de Israel que continua a matar mulheres e crianças na Palestina.
Malawi é o único país africano a votar contra a promoção da paz naquela região. (RM Blantyre)
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