O subsecretário de Estado britânico para África anunciou hoje um pacote de ajuda de cerca de 3,5 milhões de euros para combater a epidemia de monkeypox (mpox) e cólera na República Democrática do Congo (RDCongo).
"OGoverno britânico comprometeu-se a conceder até três milhões de libras [cerca de 3,5 milhões de euros] a uma nova parceria com a Unicef [Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância] para apoiar a resposta do Governo congolês às epidemias de mpox e cólera", declarou Ray Collins numa conferência de imprensa na capital congolesa, Kinshasa.
A epidemia de mpox "não afecta apenas um país e está em todo o lado", disse.
O político britânico apelou à solidariedade internacional face ao surto, cujo foco principal é a província de Kivu do Sul, no leste da RDCongo, região afectada por um conflito há mais de 30 anos.
Este ano, a RDCongo - país que faz fronteira com Angola - registou 16.700 casos e 570 mortes devido à mpox, que afecta principalmente os jovens, disse o ministro congolês da Saúde Pública, Higiene e Bem-Estar Social, Roger Kamba, numa conferência de imprensa na segunda-feira.
Kamba anunciou que a RDCongo espera receber mais de três milhões de doses de vacinas do Japão, da Bélgica e dos Estados Unidos, com um primeiro lote esperado para o final desta semana.
"Graças à Bélgica, a RDCongo vai receber 215.000 doses. O Japão, por seu lado, vai enviar cerca de três milhões de doses (...). O Governo norte-americano também nos vai enviar vacinas", disse o ministro congolês.
Na semana passada, os Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) declararam o surto uma emergência de saúde pública de importância continental e, um dia depois, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou o nível de alerta para global.
A agência de saúde pública da União Africana (UA) apresentará hoje um relatório sobre a evolução do vírus, que é endémico na RDCongo, mas que se está a propagar a províncias e países onde nunca tinha sido visto antes, como o Burundi, o Quénia, o Ruanda e o Uganda.
Pelo menos 13 países africanos notificaram casos de mpox até ao momento, de acordo com os mais recentes dados do CDC África.
Entre 2023 e 2024, registou-se um aumento de 160% nos casos de mpox em África, segundo a empresa de monitorização Kaseya, que afirmou, na semana passada, que seriam necessárias mais de dez milhões de doses de vacina para conter a emergência, um número que fica muito aquém das 200.000 disponíveis. A mpox é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas também é transmitida através de contacto físico próximo. A doença provoca febre, dores musculares e lesões cutâneas. (RM-NM)
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