O julgamento por corrupção do ex-presidente sul-africano Jacob Zuma, acusado de aceitar subornos da empresa de armamento francesa Thales, há mais de duas décadas, foi hoje novamente adiado, desta vez para Agosto.
Um novo juiz do tribunal de Pietermaritzburg (sudeste) decidiu dar a Zuma,81 anos, mais tempo para se preparar para o seu julgamento, depois de se ter retirado do caso em Janeiro.
O juiz Nkosinathi Chili adiou o julgamento para 15 de agosto para ouvir o novo recurso de Zuma, que tenta que o procurador principal no julgamento, Billy Downer, recuse o caso, acusando-o de parcialidade e de fuga de informação para a imprensa.
O antigo chefe de Estado (2009-2018) está a ser processado por 16 acusações de fraude, corrupção e extorsão de fundos. A empresa Thales está também a ser processada por corrupção e branqueamento de capitais.
O julgamento começou em Maio de 2021, após ter já acumulado um enorme atraso devido a múltiplos recursos do acusado e adiamentos obtidos pelos seus advogados, invocando razões de saúde.
Um relatório sobre a corrupção sem precedentes sob a presidência de Zuma, tão extensa que foi apelidada de "captura do Estado" pelos sul-africanos, foi divulgado no ano passado por uma comissão "ad hoc", destacando o papel central do antigo chefe de Estado no saque sistemático dos fundos públicos.
Numa audiência realizada em Julho de 2021, um procurador, Wim Trengove, exclamou que o julgamento estava a parecer uma batalha de "Estalinegrado, época 27". (RM-NM)
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