As vítimas estavam enterradas em valas comuns, desde 2014, e foram agora a enterrar num funeral conjunto, no Iraque.
A comunidade yazidi do norte do Iraque levou a enterrar 104 dos seus membros que foram assassinados pelo autoproclamado Estado Islâmico (EI) em 2014, quando a organização terrorista controlava a região.
Os restos mortais foram identificados, depois de exumados de valas comuns, e foram a enterrar na vila de Kocho, zona do Monte Sinjar, no norte do Iraque.
A activista yazidi e Prémio Nobel da Paz em 2018 Nadia Murad discursou durante a cerimónia. Nadia foi sequestrada pelo grupo extremista e vendida como escrava sexual.
O EI ocupou a região de Sinjar (local de origem dos yazidi) em agosto de 2014, tendo, meses depois, proclamado um califado nas zonas que controlava na Síria e no Iraque. Os 'jihadistas' mataram milhares de pessoas da minoria yazidi, tendo submetido as mulheres e crianças a escravatura, tortura e violação.
Quase 2.800 mulheres e crianças continuam desaparecidas ou em cativeiro.
A Organização das Nações Unidas acusa a organização de ter levado a cabo um genocídio da comunidade yazidi.
Em agosto do ano passado, no aniversário do início do genocídio, Nadia Murad denunciou a disputa entre as autoridades curdas e iraquianas como um entrave à reconstrução das cidades yazidis, onde os serviços básicos continuam a ser deficientes.
Os yazidis são uma comunidade ancestral que vive na zona norte do Iraque e em algumas partes da Síria e da Turquia. Esta minoria religiosa mistura elementos de várias tradições religiosas, como o zoroastrianismo, que chegou a ser a religião maioritária na antiga Pérsia, mas também do Islão e do cristianismo.
A minoria é particularmente repudiada pelos islamitas sunitas, que apelidam os yazidis de satânicos. (RM-NM)
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