O representante especial das Nações Unidas para a África Ocidental e Sahel, Mohamed Ibn Chambas, que terminou na terça-feira uma missão de três dias no Benim, desejou eleições presidenciais "participativas e transparentes" no país, em 11 de Abril.
O pequeno país da África Ocidental, há muito considerado como um modelo de democracia, mas que mais recentemente tem seguido um caminho para um regime autoritário, prepara-se agora para a realização de eleições, num momento em que as grandes figuras da oposição estão no exílio, ou condenadas a penas de inelegibilidade, que as proíbem de concorrer.
"O representante especial para a África Ocidental e o Sahel apelou a todos os interessados para darem prioridade ao diálogo na resolução de quaisquer divergências", convidando-os "a não poupar esforços para assegurar a organização de umas eleições pacíficas, participativas e transparentes", segundo um comunicado emitido no final da sua missão.
Durante a sua visita ao Benin, Ibn Chambas encontrou-se, entre outros, com o Presidente Patrice Talon, e com líderes de partidos políticos, incluindo os da oposição.
Durante a reunião com os partidos, que decorreu na segunda-feira, parte da oposição denunciou a Ibn Chambas "as fechaduras postas em prática" pelo Governo para impedir um escrutínio participativo.
A oposição criticou, em particular, uma nova disposição da lei eleitoral que exige que cada candidato seja patrocinado por 16 autarcas ou deputados.
Contudo, a oposição tem apenas seis representantes eleitos, forçando-a, segundo a oposição, a negociar com a maioria presidencial a fim de encontrar apoiantes e, desta forma, poder participar nas eleições presidenciais.
A comissão eleitoral recebeu um total de 20 candidaturas, incluindo a do actual Presidente, mas a maioria delas não tem o número necessário de patrocinadores, de acordo com uma fonte próxima desta instituição.
"Patrice Talon não pode seleccionar os seus concorrentes. A eleição deve ser aberta", afirmou um dos líderes dos partidos da oposição Eric Houndété, após a reunião com Ibn Chambas.
Eric Houndété é o presidente do partido da oposição Les Démocrates (Os Democratas), cujo candidato presidencial é o ex-ministro Reckiath Madougou.
O partido Les Démocrates pediu ao Presidente Talon "para abrir um diálogo, para que a eleição seja de todos", e assim evitar "excessos", sublinhando que "a frustração gera violência", segundo Houndété.
A lista de eleitores para as próximas eleições - que promete ser tensa - foi enviada para a Comissão Eleitoral na terça-feira à noite.
Quando foi eleito, em 2016, Talon disse que queria cumprir um único mandato, mas depois retirou a afirmação e anunciou a sua candidatura às próximas eleições, em meados de Janeiro deste ano.(RM-Angop)
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