As Nações Unidas manifestaram hoje preocupação com a situação de protestos e repressão na Serra Leoa, e disseram estar em contacto com os líderes políticos do país para tentar restaurar a calma antes das eleições de sábado.
Osecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu através do seu porta-voz a todos os atores políticos e seus seguidores que cumpram a promessa de paz feita em 25 de Maio pelos candidatos presidenciais e contribuam para eleições "transparentes, credíveis e pacíficas".
O porta-voz, Farhan Haq, disse ainda que o representante especial da ONU para a África Ocidental, Leonardo Santos Simão, chegou quinta-feira a Freetown para tratar questões políticas em colaboração com a União Africana (UA) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
As missões de observação eleitoral destas duas organizações mostraram hoje a sua "preocupação" com a "violência e intimidação" na Serra Leoa, depois de as autoridades terem dispersado protestos esta semana.
"Estes incidentes têm o potencial de estragar a organização pacífica das eleições", acrescentaram.
Na quarta-feira, as autoridades da Serra Leoa dispersaram as manifestações convocadas pelo principal partido da oposição na capital, Freetown, e noutros pontos do país, depois de as ter considerado "ilegais", e a polícia deteve pelo menos 66 participantes.
Os eleitores da Serra Leoa elegem este sábado o próximo Presidente, numa disputa acirrada entre o actual chefe de Estado e um opositor que já o defrontou em 2018.
As eleições são gerais - presidenciais, parlamentares e municipais --, mas o centro das atenções é a corrida presidencial, e, embora os 3,4 milhões de eleitores possam escolher entre 13 candidatos ao cargo, apenas dois têm hipóteses de vitória: o actual Presidente, Julius Maada Bio, e o principal líder da oposição, Samura Kamara.
Os dois homens disputaram as anteriores eleições em 2018, tendo Bio, 59 anos, e líder do Partido Popular da Serra Leoa (SLPP), no poder, saído vitorioso na sequência de uma segunda volta.
Nos últimos dias, os protestos têm crescido nas ruas e as eleições podem ficar marcadas por novos actos violentos, face à frustração da população devido à crise económica que assola o país.
O vencedor precisa obter 55% dos votos para ganhar logo na primeira volta das eleições, caso contrário terá de haver uma segunda volta. (RM-NM)
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