Os opositores ao regime da Venezuela denunciaram hoje um "cerco" policial à residência da embaixada argentina em Caracas, onde seis dos seus membros se refugiaram em Março para escapar a acusações de conspiração.
Segundo a agência de noticias AFP, a oposição venezuelana relatou que o edifício que alberga a embaixada argentina na Venezuela está cercado desde a noite de sexta-feira por veículos das forças de segurança e que a electricidade foi cortada.
"Assim se amanhece na embaixada argentina em Caracas, rodeado por agentes do regime, encapuzados e armados, que , além disso, impedem o acesso aos jornalistas, embora a rua não esteja fechada", escreveu nas redes sociais o partido Vente Venezuela, o partido da líder da oposição Maria Corina Machado.
Jornalistas da AFP constataram no local a presença de pelo menos quatro viaturas policiais, duas do Serviço Bolivariano de Inteligência e outras duas da Polícia Nacional Bolivariana, bem como um polícia num posto de controlo para verificar as identidades das pessoas.
Luís Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) e crítico do Governo venezuelano, escreveu na rede social X que "estas ameaças e acções são totalmente contra a lei e não são de forma alguma aceitáveis para a comunidade internacional".
A vitória do actual Presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de Julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais. (RM-NM)
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