Pelo menos 64 pessoas morreram no Chade devido às fortes chuvas e inundações que atingiram o noroeste do país neste mês de Agosto, confirmaram hoje à agência noticiosa EFE as autoridades locais e meteorológicas.
"Com a morte destas dez pessoas, o número de mortos subiu para 64. As inundações atingiram um total de seis departamentos na província de Tibesti" desde 09 de Agosto, disse à EFE o governador provincial, General Mahamat Tochi Chidi.
"Mais de 300 empresas foram arrastadas pelas chuvas [...] Apelamos à ajuda do Estado e das ONG", acrescentou.
As previsões meteorológicas preveem mais chuva para os próximos dias, disse à EFE Idriss Abdallah Hassan, director da rede de observação e previsão meteorológica da Agência Nacional de Meteorologia do Chade.
"Foram registados danos em quase todas as províncias, mas em Tibesti a situação é muito grave. Isto deve-se às chuvas torrenciais que atingiram a província esta semana", disse Hassan.
De acordo com o especialista, só esta semana foram registados 600 milímetros de chuva em Tibesti, quando a região não costuma registar mais de 200 milímetros por ano.
Entre as vítimas, os garimpeiros que atravessam regularmente a vizinha Líbia para extrair ouro de forma irregular no norte do Chade, uma zona desértica rica em minerais, foram particularmente afectados.
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) alertou na terça-feira que mais de 716.000 pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas durante os dois primeiros meses da estação chuvosa em países da África Ocidental e Central como o Chade, a Nigéria, a República Democrática do Congo (RDCongo) e a República Centro-Africana (RCA).
O Togo, a Costa do Marfim, a Libéria, o Níger e o Mali também estão a sofrer com as chuvas, que provocaram 699 feridos e 72 mortos, segundo os dados do OCHA, publicados antes da última atualização divulgada hoje pelas autoridades chadianas.
Segundo a agência da ONU, o Chade é um dos países que mais está a sofrer com a situação, com 246.883 pessoas afetadas pelas inundações e 5.286 delas obrigadas a abandonar as suas casas.
As inundações, que em muitos casos afetam as mesmas comunidades ano após ano, também prejudicaram gravemente os meios de subsistência e os serviços sociais básicos, minando a capacidade das pessoas de se sustentarem e obrigando-as a depender da ajuda humanitária, alertou a agência da ONU.
A previsão da estação das chuvas de 2024 previa precipitações acumuladas acima da média nos períodos de junho a agosto e de Julho a Setembro em zonas já propensas a inundações no Sahel e em alguns países da África Ocidental.
Esta situação agrava as circunstâncias de uma população já vulnerável devido à pobreza crónica, ao subdesenvolvimento, aos conflitos e à instabilidade política. (RM-NM)
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