A Associação das Pequenas e Médias Empresas de Moçambique (APME) iniciou um levantamento dos prejuízos sofridos pelos seus associados durante as recentes manifestações violentas que tiveram lugar em diversas partes do país. O objectivo desta acção é quantificar os danos e identificar as necessidades financeiras para a recuperação dos empreendimentos que foram vandalizados e saqueados.
Os empresários relatam sérios prejuízos, caso de António Matuca, que opera no sector da restauração. “É muito difícil porque neste momento não vejo luz verde para começar. Como podem ver, o circo está fechado, não há mais nada a fazer porque foi retirado o valor que estava aqui. Depois, tudo se complicou para mim.” Este sentimento de desespero e incerteza é partilhado por muitos outros empreendedores afectados.
Frente a esta realidade, a APME está a trabalhar activamente no terreno para avaliar a extensão dos danos. Segundo Osvaldo Matúe, Presidente da Associação das Pequenas e Médias Empresas de Moçambique, “temos uma situação de emergência para as pequenas e médias empresas. Assim, achamos que é altura de pensar em ações e não de discutir problemas. É tempo de discutir soluções e não de discutir problemas.”
A recuperação rápida dos negócios depende, entre outros factores, do apoio do sistema financeiro. Cláudio Pondja, vice-presidente da APME, fez um apelo à banca comercial para que olhe para as PME como um motor de desenvolvimento do país. “Gostaria de deixar aqui um apelo ao sistema financeiro, neste caso à banca comercial, para que dê especial atenção às empresas que foram efectivamente afectadas, permitindo assim a reestruturação das mesmas. A banca pode oferecer períodos de escassez que vão de acordo com as necessidades das próprias empresas, o que é fundamental neste momento crítico.”
Apesar dos recentes acontecimentos, há empresários que permanecem optimistas quanto ao potencial de Moçambique para atrair investimentos. Pedro Silva, empresário e membro da direção da APME, defende que “vale a pena investir em Moçambique". Mesmo os investidores estrangeiros devem perceber que Moçambique é um país que contribui para o turismo, para a agricultura, tem matéria prima e um povo muito simpático. Esta imagem de distribuição e saque não é deste povo moçambicano. Este povo é um povo amigável.”
A nível nacional, a APME conta actualmente com cerca de 1.200 associados, que investem e operam em diversas áreas de actividade. Com o levantamento dos danos e a busca por soluções, a associação espera construir um futuro mais sólido para as pequenas e médias empresas do país.
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