O Governo cabo-verdiano disse hoje que é a Polícia Judiciária (PJ) que deve esclarecer quaisquer dúvidas sobre a existência de "pessoas infiltradas" em instituições do Estado que apoiam a prática de crimes.
"Sobre o assunto infra, sou a informar que o próprio director da PJ deverá pronunciar-se sobre o assunto e esclarecer possíveis dúvidas", respondeu o gabinete do primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, após questões colocadas pela agência Lusa.
Na terça-feira, no seu discurso, após ser empossado como novo director da Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde, Manuel da Lomba alertou para a existência de "pessoas infiltradas" em instituições do Estado que apoiam a prática de crimes, sem mais detalhes.
Na mesma cerimónia, questionada sobre as denúncias, a ministra da Justiça respondeu que não tem conhecimento de casos concretos.
A Lusa procurou esclarecimentos junto da Procuradoria-Geral da República (PGR), mas ainda não obteve resposta sobre eventuais diligências no seguimento das denúncias públicas do novo responsável máximo da polícia criminal cabo-verdiana, que é também procurador da República.
Na sua intervenção após ser empossado, o responsável disse que a criminalidade é "cada vez mais organizada, sofisticada e transnacional, com recursos, tecnologias e 'saber fazer' à disposição", contando "com apoio" de "pessoas infiltradas" em instituições do Estado.
O director da PJ lembrou que o Estado é vasto, que o crime não tem a ver com o cargo, mas sim com o ser humano, e que pode ir do consumo de drogas a outros ilícitos, como o tráfico de influências ou corrupção.
Por isso, entendeu que não se deve ser ingénuo e é preciso apostar na prevenção destes crimes. (RM-NM)
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