Presidente da 78.ª Assembleia-Geral da ONU pede acções "transformadoras"

A 78.ª Assembleia-Geral da ONU arrancou, esta terça-feira em Nova Iorque, com o seu presidente, Dennis Francis, a pedir resultados "significativos e transformadores", num momento em que o mundo é assolado por "uma série de desafios em cascata".
“Iniciamos a 78.ª sessão da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) no meio de uma agenda global assustadora, assolada por uma série de desafios em cascata. Estabeleci quatro prioridades para garantir que abordamos de forma significativa estes desafios: Paz, Prosperidade, Progresso e Sustentabilidade", disse Francis.
O diplomata de Trinidad e Tobago presidiu na tarde desta terça-feira, pela primeira vez, a abertura da nova sessão da Assembleia-Geral, onde reflectiu sobre os desafios interligados do clima, conflitos e pobreza, que "continuam a tornar a paz mais difícil".
Virando as atenções para a semana de alto nível se aproxima, quando chefes de Estado e de Governo de todo o mundo se concentrarão na sede da ONU, o diplomata afirmou ser "fácil preencher uma agenda com muitas reuniões e discussões", algo que é "totalmente diferente de garantir que cada uma destas reuniões culmine em resultados significativos e transformadores".

Também a secretária-geral adjunta da ONU, Amina Mohammed, discursou na sessão de abertura da 78.ª Assembleia-Geral, afirmando que as Nações Unidas estão a ser testadas por profundos desafios e divisões, mas sublinhou que este "não é um momento para pessimismo", mas sim "um momento de acção".
Falando em nome do secretário-geral da ONU, António Guterres, Amina Mohammed pediu ainda que "ninguém seja deixado para trás" e que sejam forjadas soluções "no sentido de um futuro melhor, mais pacífico e próspero, e de um planeta mais saudável".
A Assembleia-Geral é o órgão onde os 193 Estados-membros da ONU se sentam em pé de igualdade e tem uma função exclusivamente representativa, uma vez que o verdadeiro poder é exercido pelo Conselho de Segurança, onde são membros permanente cinco grandes potências - os Estados Unidos, a China, a Rússia, o Reino Unido e a França -- que têm o direito de veto.
Contudo, desde o início da guerra na Ucrânia - em Fevereiro de 2022 - e face aos vetos impostos por Moscovo, a Assembleia-Geral desempenhou um papel preponderante em várias ocasiões, quando votou resoluções que condenaram a Rússia pela invasão da Ucrânia.
Os poderes do presidente da Assembleia-Geral incluem a supervisão do orçamento da ONU, a nomeação dos membros não-permanentes para o Conselho de Segurança e a condução do processo de nomeação do secretário-geral da ONU. (RM/NMinuto)