O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Felix Tshisekedi, assegurou hoje estar a preparar "medidas radicais" contra a violência dos grupos armados no leste do país, dois dias depois de ter pedido ajuda à França.
"Estou simplesmente a preparar soluções eficazes que nos permitam reduzir definitivamente esta crise no Leste", acrescentou Tshisekedi, sem dar mais pormenores durante uma conferência de imprensa com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que recebeu em Kinshasa.
O Presidente congolês pediu na terça-feira a Paris o apoio da França para "erradicar" as Forças Democráticas Aliadas (ADF) na região do Beni (leste), um grupo armado "com tendências islamitas, discurso islamita e métodos islamitas", segundo disse.
O seu novo primeiro-ministro, Jean-Michel Sama Lukonde, referiu-se "à proclamação pelo chefe de Estado de um estado de emergência de segurança" no Leste "incluindo a substituição da administração civil por militar" durante o seu discurso de tomada de posse, na segunda-feira.
A Missão das Nações Unidas na RDCongo (Monusco) confirmou igualmente que uma unidade de soldados quenianos reforçaria as forças de manutenção de paz destacadas no Leste, acusadas pela população de inacção face à violência e ao massacre de civis.
Em Beni, estudantes do ensino secundário acamparam durante vários dias em frente à câmara municipal para exigir a presença do chefe de Estado e a saída da Monusco.
"Tshisekedi disse que gostaria que os estudantes regressassem às suas casas e não fossem manipulados por adultos que procuram um objectivo político. Não é a Monusco que é responsável" pela violência, acrescentou Jean-Michel Sama Lukonde, dizendo que "os jovens são levados pelas emoções".
Mais de 120 grupos armados continuam activos no leste da RDCongo, de acordo com peritos.
As ADF, originalmente rebeldes muçulmanos ugandeses, são considerados os mais mortíferos e apontados como os responsáveis pelo massacre de mais de 1.000 civis só desde Novembro de 2019. (RM /NMinuto)
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