O Presidente eleito da Tanzânia, John Magufuli, toma hoje posse para um segundo mandato de cinco anos à frente do país, depois de ter vencido as eleições presidenciais de 28 de Outubro.
John Magufuli, 61 anos e membro do CCM [Chama Cha Mapinduzi - Partido da Revolução, em Suaíli], no poder desde a independência, foi reeleito para um segundo mandato com 84,39% dos votos.
A cerimónia de tomada de posse deve realizar-se hoje no Estádio Jamhuri, em Dodoma.
O primeiro mandato de Magufuli - eleito com 58% dos votos em 2015 - caracterizou-se por um declínio acentuado das liberdades fundamentais e pela multiplicação dos ataques contra a oposição, de acordo com várias organizações de direitos humanos.
Com o resultado obtido nestas eleições, Magufuli ficou à frente de Tundu Lissu, advogado de 52 anos, candidato do Chadema e principal opositor do chefe de Estado nas eleições presidenciais.
Lissu, que tinha estado ausente da Tanzânia durante três anos devido a tratamentos e convalescença no estrangeiro na sequência de uma tentativa de assassínio, em 2017, que atribuiu a motivações políticas, conquistou 13,03% dos votos.
Os restantes 2,58% dos votos foram divididos entre os outros 13 candidatos. Foram registados os votos de 50,72% dos mais de 29 milhões de tanzanianos com capacidade eleitoral. Magufuli recolheu 12,5 milhões de votos e Lissu cerca de 1,9 milhões.
Quanto à composição do parlamento tanzaniano, o CCM conquistou a quase totalidade dos 264 círculos eleitorais, ultrapassando largamente os mais de dois terços necessários para aprovar alterações à Constituição do país, incluindo o alargamento do limite de dois mandatos presidenciais.
No dia seguinte à votação, e ainda antes do anúncio dos resultados pela comissão de eleições do país, Lissu disse que não os aceitaria, considerando que tinha sido levada a cabo "uma fraude numa escala sem precedentes na história" da Tanzânia.
A Tanzânia faz fronteira com o norte de Moçambique, país que se fará representar na tomada de posse de Magufuli pelo primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário.
Ao contrário de eleições anteriores na Tanzânia, estas não contaram com a presença de observadores eleitorais internacionais de vulto, como a União Europeia, que não foram convidados a estar presentes.
A oposição tanzaniana alega, por outro lado, que milhares de observadores foram afastados das mesas de voto durante a votação na semana passada, e que pelo menos uma dúzia de pessoas morreram na véspera das eleições na região semiautónoma de Zanzibar.
Os Estados Unidos da América afirmaram que "as irregularidades e as margens esmagadoras da vitória levantam sérias dúvidas sobre a credibilidade dos resultados anunciados".
Por sua vez, a União Europeia lamentou os relatos de irregularidades nas eleições gerais na Tanzânia, apontando que estes "têm um impacto na transparência e na credibilidade global do processo". (RM/ NMinuto)
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