O primeiro avião de três que vão garantir a ponte aérea humanitária da União Europeia (UE) para apoiar as populações afetadas pela violência armada em Cabo Delgado aterra este sábado em Pemba, a capital provincial, indicou uma nota oficial.
"Os bens e equipamentos provém de contribuições específicas da Itália, de organizações como a Sant´Egídio, Oikos, Cuamm e, de Portugal, pela Unidade de Apoio Geral de Material do Exército, da CVP, Caritas e Tese", refere uma nota da União Europeia.
A ponte aérea humanitária da UE para Pemba, norte de Moçambique, transportará perto de 15 toneladas de "equipamento que salva-vidas" e que visa "responder a necessidades humanitárias urgentes", anunciou, na quarta-feira, a Comissão Europeia.
Segundo o documento da União Europeia em Moçambique, o segundo voo da ponte aérea, uma iniciativa coordenada por Portugal e Itália, vai chegar no domingo.
"Agradeço à Itália e a Portugal por fornecerem o equipamento médico e humanitário: é essencial que o acesso humanitário total seja garantido a partes críticas de Moçambique, para salvar vidas", declarou o comissário para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic.
Um terceiro voo deverá ser organizado posteriormente.
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Francisco André, integra a comitiva que chegou este sábado em Pemba.
Numa nota divulgada na sexta-feira, o gabinete do secretário de Estado sublinhou que esta visita constitui também "mais um testemunho do forte empenho do Governo português, no plano bilateral e multilateral, em apoiar Moçambique a enfrentar a crise humanitária na região de Cabo Delgado".
O estabelecimento de pontes aéreas humanitária pela União Europeia foi uma prática utilizada recorrentemente pelo bloco durante a pandemia: segundo estatísticas da Comissão, em 2020 foram operados 67 voos para 20 países através deste mecanismo, o que permitiu fornecer "mais de 1.150 toneladas de equipamento humanitário e médico vital".
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo rebelde Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 732.000 deslocados de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). (RM)
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