O presidente do Movimento pela Democracia (MpD) e primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, assumiu hoje os "maus resultados" nas eleições autárquicas de domingo, em Cabo Verde.
"Os resultados são maus, temos de reconhecer, muito aquém da expectativa que nós tínhamos", referiu, numa declaração aos jornalistas na ilha do Sal, depois de o MpD ter perdido a maioria de que dispunha a nível das 22 autarquias.
Os resultados provisórios mostram uma reviravolta, com o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) a vencer em 17 municípios, ficando o MpD com cinco.
Ulisses Correia e Silva assumiu a derrota e referiu que é preciso "distinguir as eleições autárquicas, são muito locais, muito direccionadas às candidaturas que se apresentaram".
"A democracia funcionou. É importante termos assistido a campanhas eleitorais tranquilas" e "o dia seguinte é um dia de normalidade em Cabo Verde, isto é muito bom", disse.
"A vida continua e não há fanatismo político", algo que considera "importante para a sociedade cabo-verdiana" e "importante para os políticos" face a "novos combates que estão aí à porta".
Segundo referiu, os órgãos do partido vão reunir-se e "avaliar os resultados, tranquilamente, tomar as melhores decisões e estar sempre em sintonia com aquilo que é mais importante para Cabo Verde: democracia, escolha livre dos cidadãos", sem condicionar liberdades.
Os municípios "vão trabalhar, os novos candidatos vão formar as suas equipas e a vida continua", concluiu.
Para as eleições de domingo havia cerca de 352 mil eleitores inscritos, sensivelmente mais 15 mil do que há quatro anos.
As próximas eleições em Cabo Verde, presidenciais e legislativas, deverão acontecer em 2026. (RM-NM)
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