O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, disse esta quarta-feira, último dia de campanha para as eleições legislativas e regionais, a realizar na segunda-feira, que espera eleições pacíficas no país, apesar da guerra e conflitos que atingem o país.
Em Jimma, a principal cidade da região de Oromia, de onde é nativo, Abiy Ahmed realizou o último comício da sua campanha, apoiado por uma forte multidão que o aplaudiu desde o avião até ao estádio, onde fez o seu discurso final, noticia a agência France-Presse (AFP).
"O mundo inteiro diz que vamos entrar em conflito no dia das eleições. Vamos antes dar-lhes uma lição", disse Abiy Ahmed, presidente do Partido da Prosperidade, que parte como grande favorito.
As eleições de 21 de Junho são cruciais para Ahmed, que, depois de ter sido nomeado primeiro-ministro em 2019, quer agora a legitimação popular do seu poder.
As eleições estavam inicialmente agendadas para agosto de 2020, tendo sido várias vezes devido à pandemia de covid-19 e serão realizadas num contexto de violência intercomunitária e em que a região norte de Tigray enfrenta uma grave crise de fome após sete meses de conflitos.
As eleições, apresentadas como nacionais, não serão realizadas em quase um quinto dos 547 círculos eleitorais do país: em 64 a votação foi adiada para 06 de Setembro devido a insegurança ou falhas na logística, e nos 38 de Tigray, para onde o primeiro-ministro enviou o Exército federal em Novembro para retirar as autoridades regionais dissidentes.
Alguns partidos políticos da oposição, incluindo dois em Oromia, a maior e mais populosa região do país, estão a boicotar o ato eleitoral.
"Digo a todos os etíopes que lutam por uma Etiópia pacífica, democrática e próspera: enquanto os etíopes estiverem unidos num espírito comum e com um só coração, nenhuma força na terra nos poderá deter", disse Abiy Ahmed no comício esta quarta-feira realizado.
O líder do Partido da Prosperidade disse também que quer fazer "da Etiópia a força do Corno de África".
A nível internacional, as eleições levantam preocupação.
Os Estados Unidos da América dizem estar "muito preocupados com a atmosfera em que as próximas eleições serão realizadas", citando "detenções de opositores, assédio aos órgãos de comunicação social independentes ou actividades partidárias por parte das autoridades locais e regionais e os muitos conflitos intercomunitários e interétnicos" em toda a Etiópia.
A União Europeia decidiu não enviar uma missão de observação a estas eleições. (RM-NM)
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