O Primeiro-ministro da República Portuguesa pede desculpas a Moçambique pelo Massacre de Wiriyamu, ocorrido há 50 anos, na província de Tete.
António Costa pediu desculpas no seu discurso proferido no banquete por si oferecido ao Chefe de Estado moçambicano, no âmbito da sua visita de trabalho à Moçambique, terminada, esta sexta-feira.
O Dirigente luso afirmou na ocasião, que os actos macabros do passado desonram o povo português.
“Neste ano 2022, quase decorridos 50 anos sobre esse terrível dia, 16 de Dezembro de 1972, não posso deixar aqui de citar e me curvar perante a memória das vítimas do Massacre de Wiriyamu, acto que desonra a nossa história. As relações entre amigos são feitas assim, são feitas de gentileza de quem a vítima e faz por não recordar, mas também porque em ter o dever de nunca deixar crescer aquilo que praticou e perante a história, se deve penitenciar “, disse. (RM)
O Massacre de Wiriyamu aconteceu depois de dois capitães portugueses, comandantes de companhia, morrerem dentro de um jipe que pisou uma mina anti-carro. Pelo menos 385 pessoas foram assassinadas pela 6.ª Companhia de Comandos de Moçambique sem contar os que morreram durante a "limpeza" do local, que ocorreu nos três dias seguintes ou devido aos interrogatórios que se seguiram ao episódio. As tropas portuguesas dizimaram um terço do habitantes de cinco povoações (Wiriyamu, Djemusse, Riachu, Juawu e Chaworha) integradas numa área chamada de "triângulo de Wiriyamu", afectando um total 216 famílias.
O massacre ocorreu no contexto da Guerra de Independência de Moçambique, na chamada Operação Marosca, quando as forças portuguesas pretendiam acabar com a presença da FRELIMO perto da cidade de Tete e da Barragem de Cahora Bassa, que estava em construção.(RM)
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