Principais doadores ameaçam impor sanções ao Malawi

Principais doadores ameaçam impor sanções contra o Malawi, na sequência das arbitrariedades que culminaram com a cessação de funções da directora-geral do Gabinete Central de Combate a corrupção, Martha Chizuma.

A insatisfação dos doadores foi expressa, quando a secretária do presidente e do governo, Colleen Zamba, interditou Martha Chizuma de exercer o seu cargo, alegadamente por estar a enfrentar um processo judicial por quebra de confidencialidade, devido a um áudio que circulou nas redes sociais sobre casos de corrupção, envolvendo os actuais e antigos dirigentes do governo.

A interdição, forçou a sociedade de direito do Malawi, a solicitar uma liminar junto do Tribunal superior de Lilongwe, sob justificativa de que a secretária do presidente e do governo não tem poderes para impedir o exercício de funções da directora-geral do Gabinete central de combate à corrupção, nomeada pelo Chefe do estado.

O Tribunal superior julgou procedente e ordenou a suspensão da interdição e a retoma imediata de Martha Chizuma ao seu cargo.

O tribunal também advertiu a secretária do presidente e do governo a parar de tomar decisões que não são da sua alçada.

Inconformado com a decisão, o governo através do Ministério Público, recorreu ao tribunal supremo para anular a decisão do Tribunal superior de Lilongwe.

As disputas internas, levaram os Estados Unidos da América, Reino Unido e a União Europeia, a revoltarem-se contra o governo do Malawi, que com a atitude está a tirar credibilidade à luta contra a corrupção no país.

A anarquia instalada no governo do Malawi, leva a crer que os órgãos do estado não conhecem os limites da sua actuação, observaram os doadores.

O embaixador dos EUA no Malawi, David Young, encoraja o governo a prosseguir com a luta contra a corrupção e abandone a campanha contra pessoas que estão a trabalhar para combater este mal.

Já a alta comissária britânica no Malawi, Sophia Willitts-King, recorreu a sua página oficial do twitter para alertar o governo do Malawi sobre as consequências que a suspensão de Martha Chizuma poderá trazer para o país.

O governo do Malawi através do ministro de informação, Moses Kunkuyu, já reagiu, afirmando que o executivo de Lazarus Chakwera não vai comprometer o seu dever de proteger a soberania do Malawi da interferência estrangeira.

Kumkuyu afirmou que o governo está comprometido com o combate à corrupção e prometeu envolver os doadores por meio de canais diplomáticos. ( RM Blantyre)