A Republica Democrática do Congo (RDC) e o Uganda assinaram, quinta-feira, 09, um acordo de cooperação militar visando combater os rebeldes jihadistas da Aliança das Forças Democráticas (ADF), que combatem os regimes de Kinshasa e de Kampala, e acusadas de cometer vários massacres contra os civis do Leste congolês, segundo a agência Anadolou.
A cerimónia da assinatura do acordo teve lugar em Bunia, província congolesa do Ituri, fronteiriça com o Uganda, e os dois países foram representados pelos respectivos ministros da Defesa.
A cooperação visa, entre outros, juntar os esforços e os meios entre os dois Estados a fim de neutralizar “os inimigos comuns”, explicou à imprensa o ministro congolês da Defesa, Gilbert Kabanda.
“Tendo inimigos comuns (ADF/MTM, residuais LRA, Ex-M23), é do nosso interesse trabalharmos juntos com vista a neutralizarmos todos os inimigos, e promover o desenvolvimento económico e o bem-estar das populações, declarou o governante congolês.
Evocou, igualmente, a vontade das duas partes de apoiar projectos integradores em termos de infra-estruturas e de iniciativas económicas.
O acordo visa também a “examinar, emendar e assinar o acordo geral de cooperação militar, a fim de assumir o passivo e avançar para uma cooperação integral de Defesa entre a RDC e o Uganda”, sublinhou Kabanda.
Os dois países aventam a possibilidade de partilhar ou vender electricidade produzida pelo Uganda, a partir do rio Nilo (barragem construída por uma empresa chinesa no Norte do Nilo Branco), mas, também, o apoio a construção de estradas de interesse comum “ com impacto positivo sobre os aspectos de defesa e de segurança mutua”, indicam os termos de referência do acordo.
Uma semana antes da assinatura do acordo, o Uganda já havia desdobrado milhares de militares, para apoiar as Forças armadas congolesas, no combate aos rebeldes da ADF confinados no Leste do Congo, desde 1995.
O referido grupo armado é acusado de ter morto milhares de civis no território de Beni, fronteiriço com o Uganda.
As províncias do Ituri e do Kivu-Norte tornados santuários das ADF estão sob o estado de sítio desde Maio último, e estão a ser governadas por responsáveis militares e da Polícia congoleses, sem que, no entanto, tal medida excepcional, consiga estancar os massacres.
Desde 2019, os ataques da ADF são reivindicados pelo Estado Islâmico (EI). (RM /NMinuto)
Bem-vindo ao nosso Centro de Subscrição de Newsletters Informativos. Subscreva no formulário abaixo para receber as últimas notícias e actualizações da Rádio Moçambique.