RDCongo: Forte dispositivo policial impede manifestação contra eleições

Publicado: 27/12/2023, 14:56
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Um forte dispositivo policial impediu hoje a realização de uma manifestação da oposição em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (RDCongo), contra o processo eleitoral, que já tinha sido proibida pelas autoridades.

Vários candidatos da oposição às eleições presidenciais no país, realizadas nos passados dias 20 e 21, bem como organizações da sociedade civil, convocaram uma marcha contra o que qualificam de "eleições fictícias", que exigem que sejam anuladas.

O ministro do Interior, Peter Kazadi, anunciou esta terça-feira que a marcha não seria autorizada, porque o seu objectivo era "minar o processo eleitoral e o Governo da República não pode aceitar isso", declarou.

A oposição manteve o apelo à população de Kinshasa para que se reúna junto ao Palais du Peuple, sede do parlamento, e daí marche até à sede da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI).

A polícia de intervenção foi deslocada esta manhã para a área em torno do Palais du Peuple, perto do grande estádio dos Mártires.

Quase 44 milhões de eleitores registados foram chamados às urnas no passado dia 20 para votar em quatro eleições, entre as quais, a presidencial e a legislativa, mas uma série de problemas logísticos, levou o escrutínio a ser oficialmente prolongado por um dia, tendo sido estendido até ao Natal em algumas zonas remotas.

Os resultados muito parciais das eleições presidenciais até agora divulgados colocam o chefe de Estado cessante, Félix Tshisekedi, bem à frente dos restantes 18 candidatos, com cerca de 79% dos votos.

No poder desde o início de 2019, Tshisekedi concorre a um segundo mandato de cinco anos.

De acordo com os últimos dados disponíveis, baseados em cerca de 6 milhões de votos contados, Moïse Katumbi, antigo governador da região mineira do Catanga, surge em segundo lugar, com 14% dos votos, seguido de Martin Fayulu, candidato que reclama ter sido o mais votado nas eleições presidenciais de 2018, que recolhe até agora 4%, segundo a CENI.

Os votos dos restantes candidatos não alcançam 1% dos boletins escrutinados. Entre estes, Denis Mukwege, o médico congolês reconhecido com o Prémio Nobel da Paz em 2018 pelo seu trabalho com mulheres vítimas de violação em tempo de guerra, aparece 11º lugar, com 0,12% dos votos contabilizados.

Os opositores de Tshisekedi começaram por descrever as eleições como um "caos total" e denunciaram "irregularidades" generalizadas logo no dia 20.

O próprio arcebispo de Kinshasa, à semelhança de uma dezena e meia de embaixadas antes dele, descreveu as eleições como "uma gigantesca confusão organizada", mas apelou à "contenção".

Os bispos da influente Igreja Católica da República Democrática do Congo e os líderes da Igreja de Cristo no Congo (ECC) não têm escondido que partilham as preocupações da oposição e a muito influente igreja católica prometeu mesmo divulgar os resultados recolhidos pelos seus observadores às eleições, caso venham a ser muito diferentes do que vier a ser anunciado pela CENI.

Perante o receio generalizado da eclosão de violência quando o vencedor das presidenciais for declarado, o ministro do Interior afirmou já que foram tomadas "todas as medidas necessárias para garantir que a paz reine". (RM-NM)

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