A Rússia anunciou hoje o fim das manobras militares e a partida de algumas das suas forças da península da Crimeia anexada da Ucrânia, onde a presença de tropas alimentou os receios de uma invasão.
A Rússia anunciou hoje o fim das manobras militares e a partida de algumas das suas forças da península da Crimeia anexada da Ucrânia, onde a presença de tropas alimentou os receios de uma invasão.
"As unidades do distrito militar do sul que completaram os seus exercícios tácticos nas bases da península da Crimeia estão a regressar por via ferroviária às suas bases de origem", disse o Ministério da Defesa russo, citado pelas agências russas.
A televisão russa mostrou imagens nocturnas de um comboio que transportava blindados através da ponte sobre o Estreito de Kertsch, construído a grande custo pela Rússia para ligar a Crimeia ao território russo.
Na terça-feira, Moscovo anunciou uma retirada "parcial" dos seus soldados destacados durante semanas nas fronteiras da Ucrânia, um sinal de desescalada após dois meses em que se receou uma invasão iminente, tendo como pano de fundo a crise russo-ocidental.
Europeus e norte-americanos continuam à espera de provas de uma importante retirada militar russa, mas estão cautelosamente optimistas. A Rússia não especificou a extensão ou o calendário da retirada.
De acordo com o Ocidente, mais de 100.000 soldados estão destacados nas fronteiras da Ucrânia com muito equipamento pesado. E as principais manobras russo-bielorrussas prosseguem até 20 de Fevereiro na Bielorrússia, o vizinho pró-russo da Ucrânia.
Os ministros da Defesa da NATO reúnem-se entre hoje e quinta-feira, em Bruxelas. O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, comentou na terça-feira que os mais recentes "sinais" vindos de Moscovo permitem um "optimismo cauteloso", mas sublinhou que não se vê ainda uma diminuição da escalada no terreno.
Stoltenberg falava numa conferência de imprensa no quartel-general da NATO, em Bruxelas, de projecção de uma reunião de ministros da Defesa da organização que decorre entre hoje e quinta-feira.
Apontando que os ministros da Defesa dos Aliados terão ao longo dos dois dias de reunião a oportunidade de discutir aquela que é "a maior ameaça à segurança europeia das últimas décadas" -- incluindo uma discussão, na quinta-feira, com o seu homólogo ucraniano -, Stoltenberg disse esperar que seja possível avaliar "se há sinais", no terreno, de um efectivo desanuviamento ou não.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou, na véspera da reunião ministerial da NATO, que algumas das unidades que tinham sido enviadas para próximo das fronteiras da Ucrânia iam regressar aos quartéis de origem por terem terminado os exercícios militares em que estiveram envolvidas.
O Ocidente acusou a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A Rússia negou sempre o desejo de guerra, mas exigiu garantias para a sua segurança, incluindo uma promessa de que a Ucrânia nunca será membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Esta exigência foi rejeitada pelo Ocidente, que propôs em troca conversações sobre outros assuntos de segurança, como o controlo de armas ou visitas recíprocas a infra-estruturas sensíveis. (RM/ NMinuto)
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