A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), decidiu instalar uma força militar, na conturbada República Democrática do Congo (RDC), para intervir na região leste do país.
A decisão foi tomada numa cimeira extraordinária da organização, realizada a 08 de Maio deste ano, na Namíbia, a poucos dias do fim do mandato da Força Regional da Comunidade dos Estados da África Oriental (EACRF, sigla em inglês).
O mandato da missão da SADC, que poderá ser a segunda intervenção militar do bloco sub-regional, no leste da RDC, desde 2013, será executado em coordenação com todas as demais forças, multilaterais ou bilaterais, já presentes no terreno, com destaque para a EACRF.
Contrariamente à EACRF, muito criticada por Kinshasa, por ser “inofensiva”, a missão da SADC foi projectada com “mandato ofensivo”, que autoriza o uso da força para impor a paz e a segurança no terreno sempre que necessário.
A ideia da sua criação surgiu numa conjuntura de fortes divisões entre as autoridades congolesas e a EACRF sobre a verdadeira missão atribuída à essa força regional.
Por via dessas desinteligências, a EACRF, comandada pelo Quénia, viu o processo de renovação do seu mandato envolto em incertezas, apesar de os demais países da região defenderem colectivamente a sua recondução.
O Governo congolês diz que a saída “espectacular” de Nyagah aconteceu de surpresa, o mesmo para as razões alegadamente invocadas pelo general queniano, para justificar o abandono do seu posto a 27 de Abril de 2023.
O Governo queniano nomeou Nyagah para novas funções na hierarquia militar do país e catalogou a referida carta como “factícia” e de conteúdo “espúrio”, quando algumas entidades da sociedade civil local consideravam “difícil” aferir a genuinidade ou falsidade do documento.
Tshisekedi congratulou-se com a solidariedade manifestada pelos países da SADC através da sua “decisão unânime” de desdobrar, na RDC, a sua força militar, que “já tem provas dadas em solo congolês”.
Acontece que a tensão com a EACRF acentuou-se de tal maneira que Tshisekedi ameaçou publicamente “expulsar” o contingente militar leste-africano, por alegado mau desempenho nos seus primeiros seis meses de mandato.
O Burundi tentou oferecer-se, em vão, para acolher o encontro, na sua qualidade de presidente em exercício da EAC, mas a proposta foi rejeitada por Kinshasa.
Todas essas ocorrências foram confirmadas pela EAC, pelo Mecanismo Ad hoc de Verificação e pelo Mecanismo de Verificação Conjunta Alargada, antes da sua comunicação em relatório ao Governo congolês e aos facilitadores dos processos de Nairobi e de Luanda, disse. (RM-Angop)
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