O número de mortos nos combates em el-Fasher, a única grande cidade do Darfur que escapou ao controlo dos paramilitares em luta contra o exército sudanês, subiu para 226, segundo novo balanço da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).
De acordo com os Médicos Sem Fronteiras, os confrontos que se desenrolam há mais de um mês em el-Fasher (oeste) já fizeram "226 mortos", quando a 11 de junho o número de vítimas mortais registado era 192.
Na realidade, o número de mortos pode ser muito superior, porque os habitantes não podem deslocar-se para receber tratamento de urgência devido aos confrontos, e há ataques de artilharia e bombardeamentos aéreos do exército, refere a Organização Não-Governamental.
"A situação em el-Fasher é caótica", resumiu Michel-Olivier Lacharité, chefe do programa de emergência dos MSF.
Desde abril de 2023, o Sudão é palco de uma guerra que opõe o exército sudanês, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, às paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), sob o comando do general Mohamed Hamdan Dagalo.
A única capital dos cinco Estados do Darfur que escapou ao controlo das RSF, el-Fasher, esteve relativamente intocada durante algum tempo. A cidade, que acolhe um grande número de refugiados, funcionou como um centro humanitário para esta vasta região do Sudão ocidental, ameaçada pela fome.
Mas, a 10 de maio, eclodiram intensos combates e um cerco conduzido pelas RSF encurralou centenas de milhares de civis na cidade.
Na quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU exigiu o "fim imediato dos combates" e o fim do "cerco" a el-Fasher.
O conflito no Sudão já custou dezenas de milhares de vidas. Em el-Geneina, a capital do Darfur Ocidental, foram mortas entre 10.000 e 15.000 pessoas, segundo a ONU, e cerca de nove milhões de pessoas estão deslocadas devido à violência.
Em março, o Conselho de Segurança já tinha apelado a um cessar-fogo "imediato", sem sucesso.
A resolução da ONU adotada na quinta-feira pede ao exército e aos paramilitares que eliminem os obstáculos ao acesso humanitário, numa altura em que a fome ameaça milhões de habitantes. (RM-NM)
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