Pelo menos 18 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas num ataque dos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) a um mercado na capital do estado de Darfur do Norte, noticiou hoje a agência de notícias EFE.
Um médico do Hospital Saudita da cidade de El Fasher disse ao portal noticioso sudanês Sudan Tribune que o ataque causou mais de 40 feridos, fazendo temer que o número de mortos possa aumentar.
A cidade tem sido alvo de ataques quase diários desde que a RSF impôs um cerco à cidade há meses. O grupo paramilitar lançou também uma ofensiva em grande escala contra El Fasher na semana passada, numa tentativa de assumir o controlo total da cidade.
As RSF controlam agora partes da parte oriental da cidade, incluindo um hospital pediátrico e o edifício da bolsa de valores, enquanto as forças armadas mantêm o controlo da parte ocidental da cidade, onde se situa a maioria dos edifícios oficiais, o aeroporto e a principal universidade.
Por outro lado, fontes militares sudanesas asseguraram que as forças armadas fizeram progressos na ofensiva lançada na quinta-feira contra o grupo na capital, Cartum, numa tentativa de o expulsar das zonas que controla na cidade e na vizinha Omdurman.
Vários batalhões de infantaria conseguiram atravessar as pontes sobre o rio Nilo que ligam Omdurman a Cartum e Cartum Norte, sob fogo de artilharia e bombardeamento, ganhando novas posições em ambos os pontos.
A ofensiva de quinta-feira é a primeira grande operação militar na capital desde o início do conflito entre o exército e as RSF, em Abril de 2023, que já matou cerca de 20.000 pessoas, feriu 33.000, deslocou internamente 7,9 milhões de pessoas e fez 2,1 milhões de refugiados, segundo estimativas das Nações Unidas.
O Sudão está mergulhado numa guerra civil na sequência dos confrontos que eclodiram em Abril de 2023, no meio de tensões crescentes sobre a integração das RSF nas forças armadas, uma parte fundamental de um acordo assinado em Dezembro de 2022 para formar um novo Governo civil e relançar a transição após a destituição de Omar Hassan al-Bashir em 2019, prejudicada pelo golpe de Estado de Outubro de 2021 que depôs o então primeiro-ministro, Abdullah Hamdok. (RM-NM)
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