O Governo da Tanzânia anunciou que vai anular a proibição de quatro jornais, imposta pelo ex-presidente John Magufuli, e abrir "um novo capítulo" nas relações com a imprensa, enquanto a actual Presidente tenta romper com práticas autoritárias do antecessor.
As quatro publicações em suaíli -- incluindo o Daima, um diário propriedade do líder da oposição preso Freeman Mbowe -- foram banidas entre 2016 e 2020.
"A intenção do actual governo é construir boas relações com a imprensa e, para começar, vou autorizar novamente os quatro jornais", disse o ministro da Informação da Tanzânia, Nape Nnauye, numa reunião com os editores.
"A punição deles já durou o suficiente", acrescentou.
O ministro explicou que a Presidente Samia Suluhu Hassan queria criar "um ambiente propício à imprensa".
"Ela me pediu para conhecer os jornalistas, trocarmos pontos de vista e ouvir suas preocupações", justificou.
As autoridades tanzanianas revogaram a licença de publicação e distribuição do Daima pouco antes das eleições gerais de 2020, acusando-o de violar a lei e a ética jornalística, sem especificar o conteúdo ofensivo.
O semanário Mwanahalisi foi banido em 2017 depois de publicar uma carta de um leitor com "insultos" ao Presidente Magufuli e seu governo.
Dois outros semanários, Mawio e Mseto, tiveram as licenças suspensas em 2016 depois de ambos abordarem o tema da corrupção no topo do Estado.
Desde que assumiu o lugar de Magufuli, que morreu repentinamente em Março de 2021 e de quem era vice-presidente, Hassan vem tentando romper com algumas das políticas de seu antecessor, conhecido por 'bulldozer' pelo estilo intransigente de governação.
A Presidente estendeu a mão à oposição e permitiu a reabertura de meios de comunicação antes proibidos sob a administração de Magafuli, prometendo defender a democracia e as liberdades fundamentais.
Mas a prisão em Julho de 2021 de Mbowe, líder do principal partido da oposição Chadema, por acusações de terrorismo, acabou com as esperanças de que Hassan realmente consiga virar a página da presidência de Magufuli.
O seu governo também impôs uma suspensão de duas semanas em 2021 ao jornal Uhuru, órgão do seu próprio partido Chama Cha Mapinduzi, depois de um artigo de primeira página alegando que a chefe de Estado estava a considerar não concorrer novamente em 2025 às presidenciais.(RM-NM)
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