A Tanzânia anunciou hoje o fim da epidemia do vírus de Marburgo, um primo do Ébola que também provoca febre hemorrágica, dois meses após o início dos contágios, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Um total de nove casos (oito confirmados e um provável) e seis mortes foram registados durante a epidemia, que foi declarada a 21 de Março", anunciou a OMS, em comunicado.
"O último caso confirmado teve um resultado negativo no segundo teste de Marburgo, em 19 de Abril, desencadeando a contagem decrescente obrigatória de 42 dias para declarar o fim da epidemia", declarou a OMS, exprimindo satisfação.
O vírus de Marburgo é um agente patogénico altamente perigoso que provoca febre alta, frequentemente acompanhada de hemorragias que afectam vários órgãos e reduzem a capacidade de funcionamento do organismo.
Pertence à família dos filovírus, que inclui também o vírus Ébola, que já causou várias epidemias mortais em África.
O hospedeiro natural do vírus de Marburgo é o morcego africano da fruta, que transporta o vírus mas não adoece.
O nome do vírus vem da cidade alemã de Marburgo, onde foi identificado pela primeira vez em 1967, num laboratório onde os funcionários tinham entrado em contacto com macacos verdes infectados importados do Uganda.
Os animais podem transmiti-lo aos primatas que vivem perto deles, incluindo os seres humanos. A transmissão intra-humana ocorre através do contacto com sangue ou outros fluidos corporais.
De acordo com a OMS, a taxa de mortalidade dos casos confirmados variou entre 24% e 88% (com uma média de pouco menos de 50%) em epidemias anteriores, dependendo da estirpe do vírus e do tratamento dado aos doentes.
Não existe actualmente nenhuma vacina ou tratamento antiviral, mas estão a ser avaliados tratamentos experimentais, incluindo derivados do sangue, imunoterapias e terapias medicamentosas, de acordo com a OMS.
Doze pessoas morreram também da doença do vírus de Marburgo na Guiné Equatorial, num surto notificado pela primeira vez em 7 de Janeiro.
Outras epidemias ou casos isolados foram registados no passado na África do Sul, Angola, Quénia e República Democrática do Congo. (RM-NM)
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