Uma tentativa fracassada de golpe de Estado ocorreu na manhã desta terça-feira no Sudão, noticiaram os meios de comunicação do Estado, sem identificar os autores da conspiração.
Houve uma tentativa de golpe fracassada, o povo deve opor-se" a esta situação, referiram os meios de comunicação do Estado.
"Tudo está sob controlo. A revolução é vitoriosa", escreveu numa mensagem na rede social Facebook Mohammed al-Fiky Suliman, membro do conselho militar civil governante, citado pela agência de notícias Associated Press (AP).
Al-Fiky Suliman também pediu aos sudaneses que protejam a transição governamental.
Uma fonte do Governo também confirmou à agência de notícias France-Press (AFP) relatos indicando que os autores desta tentativa de golpe tentaram assumir o controlo do prédio dos meios de comunicação do Estado, mas "falharam".
Separadamente, uma fonte militar sénior disse que um grupo de oficiais militares estava "envolvido na tentativa", mas este grupo foi "imediatamente" impedido de levar à frente a tentativa de golpe.
Outra fonte militar indicou à AP que altos escalões militares também estavam envolvidos na tentativa de golpe.
O tráfego no centro de Cartum parecia fluido, de acordo com a AFP, inclusive em torno do quartel-general do exército.
Os serviços de segurança sudaneses, no entanto, bloquearam a ponte principal que conecta Cartum à cidade de Omdurman, do outro lado do Nilo.
A tentativa de golpe teve como alvo o Governo de transição sudanês estabelecido após a queda, em Março de 2019, do Presidente Omar al-Bashir, deposto após 30 anos à frente do Governo do Sudão.
O Sudão está a passar por uma transição frágil e marcada por dificuldades económicas e profundas divisões políticas.
Nos últimos meses, o Governo empreendeu uma série de reformas económicas difíceis, com objectivo de qualificar-se para um programa de alívio da dívida do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Essas medidas, incluindo a redução de subsídios e o estabelecimento de uma flutuação controlada da moeda local, foram consideradas muito severas por muitos sudaneses.
Manifestações esporádicas ocorreram recentemente em todo o país para protestar contra as medidas apoiadas pelo FMI e o aumento do custo de vida.(RM-NM)
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