O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, abre hoje oficialmente a cimeira de negócios dos países da lusofonia, iniciativa que junta em Malabo cerca de 250 empresários de Portugal, Moçambique, Angola e Cabo Verde.
A iniciativa promovida pela Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) decorre, entre quarta e sexta-feira, no Centro Internacional de Conferências do Simpopo, na capital da Guiné Equatorial.
A cimeira reúne, além das missões empresariais, comitivas oficiais de vários países lusófonos, sendo São Tomé e Príncipe representado, presencialmente, ao mais alto nível com o Presidente da República, Evaristo Carvalho.
O chefe de Estado de Cabo Verde e presidente em exercício da CPLP, Jorge Carlos Fonseca, deverá intervir "online" no encontro, enquanto o ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, lidera a comitiva cabo-verdiana em Malabo.
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, cuja presença estava prevista, acabou por não se deslocar a Malabo.
A missão angolana é liderada pelo secretário de Estado da Cooperação de Angola, Domingos Lopes, enquanto Portugal será representado pelo encarregado de negócios.
A iniciativa será oficialmente aberta pelo Presidente da República da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, estando igualmente previstas, durante os três dias do encontro, intervenções do ministro das Minas e Hidrocarbonetos, Gabriel Mbega Obiang Lima, e da ministra das Pescas e dos Recursos Hídricos, Adoración Salas Chonco, do presidente da CE-CPLP, Salimo Abdula, ou do diretor-geral da CPLP, Armindo de Brito Fernandes.
O encontro de empresários tem como objetivos "consolidar a integração" da Guiné Equatorial na CPLP e "demonstrar o seu potencial, enquanto país de recursos e oportunidades, colocando-o na rota do investimento estrangeiro", segundo a organização.
Gás, turismo, agricultura, pescas, valorização de ativos, banca, formação são alguns dos setores das empresas portugueses que participam na cimeira de negócios, a maioria das quais visita o país pela primeira vez à procura de oportunidades de investimento.
A Guiné Equatorial, que está em recessão desde 2016 e deverá voltar a ter um crescimento económico negativo em 2022, é a segunda economia com melhor desempenho entre as economias lusófonas africanas, devendo crescer 4% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional.
No que diz respeito ao rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB), um dos indicadores mais usados para aferir a capacidade financeira dos países tendo em conta o crescimento das economias, registou um rácio de 51,1% em 2020, 44,1% este ano e 45,8% em 2022.
O rácio médio da dívida pública dos países lusófonos é de 94,7%, bem acima dos 56,2% do PIB registados, em média, na África Subsaariana.
A Guiné Equatorial é o terceiro país produtor de petróleo da África subsaariana, a seguir à Nigéria e a Angola, e possui também importantes reservas de gás natural, numa economia fortemente dependente do setor dos hidrocarbonetos, que em 2016 representava cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB).
A Guiné Equatorial acordou com o FMI um programa de resgate financeiro de 282,8 milhões de dólares, cerca de 231 milhões de euros, no final de 2019, mas recebeu apenas 40 milhões de dólares, menos de 33 milhões de euros, juntamente com a assinatura do acordo, em dezembro.
A revista britânica The Economist publicou um artigo no qual ligava a falta de desembolsos em 2020 com a rejeição da adesão do país à Iniciativa para a Transparência na Indústria Extrativa, por falta de informação. (RM-NM)
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