O processo de corrupção de mais de 20 anos contra o ex-presidente sul-africano Jacob Zuma e o fabricante de armas francês Thales foi adiado novamente hoje no Tribunal Superior de Pietermaritzburg, sudeste da África do Sul.
O juiz Piet Koen decidiu adiar para 17 de Outubro o caso de corrupção, devido a um recurso pendente no Tribunal Constitucional submetido pelo antigo chefe de Estado sul-africano para que o procurador, o advogado Billy Downer, seja afastado do julgamento do caso.
Zuma, de 80 anos, e um representante do fabricante de armamento francês Thales não compareceram hoje no tribunal por decisão judicial.
Em maio, o juiz Piet Koen adiou o caso para hoje afirmando que estava pendente uma decisão da presidente do Supremo Tribunal de Apelação (SCA, na sigla em inglês), em Bloemfontein, centro do país.
A juíza Mandisa Maya, presidente do SCA, indeferiu posteriormente o pedido de recurso de Zuma ao indeferimento pelo juiz Koen de um pedido especial na instância inferior em Pietermaritzburg, que pedia o afastamento do procurador do julgamento do caso.
A decisão foi anunciada em 16 de Fevereiro pelo juiz Piet Koen, com o fundamento de que "lhe faltam argumentos razoáveis" para aceitar o afastamento do procurador.
Em sequência do indeferimento da juíza Maya, Zuma recorreu ao Tribunal Constitucional da África do Sul.
O ex-presidente e a Thales enfrentam acusações de fraude, extorsão, corrupção, evasão fiscal e lavagem de dinheiro num caso de corrupção pública de aquisição de armamento multibilionário com mais de 20 anos em que a companhia de armamento francesa é acusada de subornar o antigo chefe de Estado.
Zuma, que foi Presidente da República entre 2009 e 2018 enfrenta 18 acusações relacionadas com o caso, incluindo fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão, relacionadas com a compra de equipamento militar a cinco empresas de armamento europeias, em 1999, quando era vice-Presidente do país.
Em 2018, Zuma foi forçado a demitir-se após uma série de escândalos.
O fabricante francês do sector da Defesa enfrenta também acusações de corrupção e branqueamento de capitais. Tanto Zuma, como o grupo Thales têm negado as acusações.
O caso de alegada corrupção na aquisição de armamento pelo Estado sul-africano foi o maior escândalo de corrupção pública nos primeiros cinco anos de democracia na África do Sul, após o escândalo de corrupção em torno da peça teatral Sarafina, em 1996, no mandato do ex-presidente Nelson Mandela. (RM /NMinuto)
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