Uganda prepara-se para testar três vacinas contra o Ébola

As autoridades ugandesas preparam-se para iniciar os ensaios de três vacinas contra a Ébola, que foi identificado no país em 20 de Setembro, anunciou esta quinta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS).

"O início dos ensaios de vacinas marcará um ponto de viragem para o desenvolvimento de um instrumento eficaz contra o vírus", disse numa conferência de imprensa virtual a directora da OMS para África, Matshidiso Moeti.

A doença, que tem 141 casos confirmados e 55 mortos, registou a sua primeira morte na semana passada no distrito de Jinja, no sudeste do país, onde já tinham sido detectadas duas outras infecções.

O surto já se propagou a outros centros urbanos como Kampala (capital) e Masaka, uma cidade no sul do país, mas está a "abrandar" em pelo menos seis dos nove distritos afectados até à data, dois dos quais já foram retirados da lista por não terem notificado casos durante mais de 42 dias, de acordo com a OMS.

O país receberá na próxima semana as primeiras doses de uma das vacinas candidatas para combater a estirpe do Sudão, que está a causar o actual surto no Uganda e para a qual não existe uma vacina aprovada, ao contrário da estirpe do Zaire, que foi detectada em epidemias na vizinha República Democrática do Congo (RDCongo) e noutros países.

Descoberto em 1976 na RDCongo, o Ébola é uma doença grave, muitas vezes fatal, que afecta seres humanos e primatas e é transmitida por contacto directo com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados.

Provoca hemorragia grave e os seus primeiros sintomas são febre alta, fraqueza e dores musculares graves, na cabeça e garganta, e vómitos.

O vírus devastou vários países da África Ocidental de 2014 a 2016, quando 11.300 pessoas morreram e houve mais de 28.500 casos. (RM-Angop)