Uma pessoa morreu e 37 outras ficaram feridas no domingo num tumulto durante um comício organizado pelo presidente do Ruanda para as eleições de 15 de julho, nas quais é candidato à reeleição, informou hoje o governo.
O incidente ocorreu no distrito de Rubavu (oeste), onde "houve distúrbios no portão através do qual os participantes saíram" do evento da Frente Patriótica Ruandesa (RPF), partido do Presidente, Paul Kagame.
about:blank "A equipa médica presente no local fez tudo o que estava ao seu alcance mas, infelizmente, uma pessoa perdeu a vida, enquanto outras 37 ficaram feridas", indica-se no comunicado, acrescentando que "quatro pessoas gravemente feridas foram transportadas para o hospital principal de Kigali".
Na véspera, Paul Kagame, que governa com mão de ferro o país há 24 anos, marcou prtesença no distrito de Musenze, no noroeste do país, num estádio repleto de vários milhares de apoiantes, para a abertura oficial da campanha.
Perante a multidão, a maior parte da qual tinha sido trazida de autocarro, Kagame defendeu o historial da "democracia" no Ruanda, parecendo responder às críticas sobre a repressão da oposição.
Nove milhões de eleitores estão inscritos para as eleições presidenciais que, pela primeira vez, se realizam em simultâneo com as eleições legislativas.
Homem forte de facto do Ruanda desde o fim do genocídio dos tutsis em 1994, que causou 800.000 mortos, Paul Kagame foi eleito Presidente pelo Parlamento após a demissão de Pasteur Bizimungu em 2000.
Foi posteriormente reeleito por sufrágio universal em 2003, 2010 e 2017, tendo obtido mais de 90% dos votos em cada uma das ocasiões.
Tem sido elogiado pela recuperação económica do Ruanda após o genocídio, mas é criticado pelo seu historial em matéria de direitos humanos e de repressão política.
A 15 de julho, enfrentará os mesmos adversários que em 2017: o líder do Partido Verde Democrático, Frank Habineza, e o antigo jornalista Philippe Mpayimana. Nessa altura, obteve mais de 98,79% dos votos, Philippe Mpayimana 0,73% e Frank Habineza 0,48%.
Várias figuras da oposição (Victoire Ingabire, Bernard Ntaganda) não puderam candidatar-se devido a condenações anteriores. Os tribunais rejeitaram os seus pedidos de restituição dos direitos civis. (RM-NM)
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