O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu hoje ao Governo da Nigéria para que assegure a libertação das mais de 300 alunas raptadas numa escola no noroeste do país.
O representante da Unicef na Nigéria, Peter Hawkins, afirmou que a agência da Organização das Nações Unidas está ultrajada e triste por outro "ataque brutal" no país contra crianças em idade escolar.
Hawkins considerou que o sequestro das mais de 300 alunas é uma "terrível violação dos direitos das crianças e uma experiência horrorosa para os alunos" e que "certamente terá efeitos duradouros para o bem-estar e saúde mental" destes.
As autoridades nigerianas anunciaram hoje que pelo menos 317 estudantes foram raptadas durante a invasão aos dormitórios de uma escola feminina no noroeste da Nigéria e que iniciaram uma operação para as resgatar.
Segundo as autoridades locais, homens armados chegaram de carro ao liceu estatal de Zamfara pelas 01:00 locais de hoje (2:00 em Maputo), onde invadiram os dormitórios e saíram a pé com centenas de raparigas.
De acordo com o porta-voz da polícia, foi enviada para Jangebe uma equipa das forças de segurança "fortemente armada" para "apoiar a operação de resgate em curso no local para onde as raparigas foram, alegadamente, levadas".
"A polícia estatal de Zamfara e o Exército lançaram uma operação conjunta para salvar as 317 estudantes raptadas por bandidos armados do internato feminino de Jangebe", afirmou o porta-voz da polícia local, Mohammed Shehu, num comunicado citado pela agência France-Presse.
Trata-se do mais recente rapto de um grande número de estudantes no país onde grupos armados aterrorizam a população que também roubam e pilham as povoações.
Na semana passada, 42 crianças foram raptadas no centro do país e em Dezembro 300 rapazes foram alvo da mesma acção por grupos armados na região de Kankara, estado de Katsina.
Os grupos de crime organizado estão escondidos nas florestas de Rugu que se estendem por quatro estados do norte e do centro da Nigéria: Katsina, Zamfara, Kaduna e Niger.
Os atacantes são motivados pelos lucros dos resgates que impõem ao Estado e às famílias e muitos mantêm ligações com grupos extremistas islâmicos no noroeste do país.
A violência na zona já fez mais de oito mil mortos desde 2011 e obrigou 200 mil pessoas a abandonarem os locais de residência de acordo com uma investigação do International Crisis Group publicada em maio de 2020.(RM/NMinuto)
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