A Biblioteca Central da Universidade Pedagógica de Maputo acolhe hoje o Simpósio 60 anos de “Nós Matamos o Cão-Tinhoso”.
A iniciativa académica da UP-Maputo e Editorial Fundza, pretende celebrar uma das mais icónicas obras literárias do país, de Luís Bernardo Honwana e, simultaneamente, discutir a sua importância para a actualidade sócio-cultural dos moçambicanos.
Durante o Simpósio será lançado “O inventário da memória”, organizado pelo ensaísta e jornalista José dos Remédios. Trata-se de um livro que reúne ensaios de Moçambique, Angola, Portugal, Brasil, Estados Unidos e Canadá, onde cada ensaísta analisa contos de “Nós Matamos o Cão-Tinhoso”.
Nós Matamos o Cão-Tinhoso é um livro de sete contos da autoria do escritor Luís Bernardo Honwana publicado em 1964 e considerado uma obra fundacional da literatura moçambicana moderna. Os contos incluídos no livro são “Nós Matámos o Cão-Tinhoso”, “Dina”, “Papa, Cobra, Eu”, “As Mãos dos Pretos”, "Inventário de Imóveis e Jacentes”, "A Velhota" e "Nhinguitimo".
Quando Honwana tinha vinte e dois anos, foi preso pela polícia política. Foi durante o tempo passado na prisão que escreveu o seu único livro, Nós Matámos o Cão-Tinhoso, com o objectivo de demonstrar o racismo do poder colonial português.
O livro chegou a exercer uma influência importante na geração pós-colonial de escritores moçambicanos.
Muitos dos contos, escritos em português europeu padrão, são narrados por crianças. O universo social e cultural moçambicano durante a época colonial é o centro da análise das narrativas de Nós Matámos o Cão-Tinhoso. De acordo com Manuel Ferreira, “Os contos de Nós Mátamos o Cão-Tinhoso apresentam-nos questões sociais de exploração e de segregação racial, de distinção de classe e de educação”. Cada personagem em cada conto representa uma diferente posição social (branco, assimilado, indígena e/ou mestiço.(RM)
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