A União Europeia (UE) saudou hoje a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) que exige um cessar-fogo imediato em Gaza durante o Ramadão, afirmando ser "urgente que seja respeitada" para passagem de assistência humanitária.
"Saúdo a votação de hoje no Conselho de Segurança da ONU que apela claramente a um cessar-fogo imediato em Gaza", escreveu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Na mensagem, o responsável lembrou que, reunidos no final da semana passada em Bruxelas, os chefes de Governo e de Estado da UE apelaram "unanimemente a uma pausa humanitária imediata que conduza a um cessar-fogo sustentável, à libertação incondicional de todos os reféns e à prestação de assistência humanitária", adiantando ser "urgente que este apelo seja respeitado".
Posição semelhante manifestou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, que também na rede social X se congratulou com esta resolução do Conselho de Segurança da ONU, que "exige um cessar-fogo imediato durante o Ramadão que conduza a um cessar-fogo duradouro e à libertação incondicional de todos os reféns e sublinha a necessidade de alargar o fluxo de ajuda e proteger os civis".
"É necessária uma implementação urgente por parte de todos", exortou o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
Ainda a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou na rede social X a adopção desta "resolução que exige um cessar-fogo imediato em Gaza e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns".
"A aplicação desta resolução é vital para a protecção de todos os civis", adiantou a líder do executivo comunitário.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou hoje uma resolução proposta pelos 10 Estados-membros eleitos e não-permanentes do órgão que exige um cessar-fogo imediato em Gaza durante o Ramadão, o mês sagrado para os muçulmanos.
O texto recebeu 14 votos a favor e uma abstenção dos Estados Unidos da América (membro permanente e com poder de veto).
Após mais cinco meses de guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas em Gaza, esta é a primeira vez que o Conselho de Segurança consegue aprovar uma resolução relativamente a um cessar-fogo no enclave palestiniano, após vários projectos terem sido consecutivamente vetados.
A resolução foi apresentada pela Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovénia e Suíça.
Desde o início da guerra, o Conselho apenas conseguiu aprovar duas resoluções e nenhuma delas dizia respeito a um cessar-fogo, mas sim à questão humanitária.
Contudo, a ajuda a Gaza continua a ser largamente insuficiente e a fome está iminente no enclave, num momento em que mais de 32 mil pessoas já morreram no território controlado pelo Hamas desde 2007.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas. (RM-NM)
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