Vice-presidente do Malawi Saulos Chilima, pressionado a renunciar o cargo, pelo facto de seu nome constar entre os 84 altos funcionários do governo envolvidos em alegados actos de corrupção com o empresário do Reino Unido Zuneth Sattar.
Chilima, que é líder do partido UTM, uma das principais formações políticas que se coligou com o MCP de Lazarus Chakwera, destacou-se na campanha eleitoral com discursos condenatórios à corrupção, citando a nessidade da mudança de mentalidade, facto que elevou o nível de confiança do público.
Com o seu nome no epicentro do escândalo de corrupção, figuras proeminentes do Malawi, analistas políticos, sociedade civil entre outros, ergueram suas vozes através de várias plataformas, exigindo ao vice-presidente para colocar o lugar à disposição.
Analistas acreditam que a implicação do vice-presidente neste escândalo, vai prejudicar a imagem do governo de Lazarus Chakwera, que chegou ao poder por ser defensor de actos morais e averso a corrupção.
Contudo, elogiaram a decisão tomada por Chakwera, que de imediato, suspendeu tecnicamente o seu vice-presidente, para dar espaço as investigações em curso.
Para os analistas, a posição tomada pelo presidente Lazarus Chakwera foi prudente e afirmam que o parlamento malawiano tem caminho livre para avançar com um “impeachment” contra o vice-presidente, caso as circustâncias justificarem.
Há mais de dois anos que o empresário Zuneth Sattar é procurado no Malawi, para responder por crimes de corrupção, através de negócios ilícitos que desenvolveu com instituições do estado entre 2017 e 2021.
Por exemplo, o relatório do departamento central de combate à corrupção, indica que entre 2017 e 2021, os serviços da polícia do Malawi e das forças de defesa, rubricaram 16 contractos com 5 empresas de Zuneth Sattar, num valor de 150 milhões de dólares.
O relatório em alusão, indica que altos funcionários do estado receberam dinheiro de forma corrupta para fechar contractos com empresas de Sattar.
Procurado pela justiça malawiana, Sattar regressou para o Reino Unido, sua terra natal, onde já foi intimado pelo tribunal local.
Foi em sede do tribunal que Zuneth Sattar divulgou a lista de altos funcionários do governo alegadamente envolvidos em negócios corruptos.
Com as revelações do empresário e o trabalho de investigação desencadeado pelo gabinete central de combate à corrupção do Malawi, chegou-se a conclusão de que há fortes indícios do envolvinento das figuras arroladas.
Foi nesta base que Lazarus Chakwera suspendeu tecnicamente o seu vice-presidente, e demitiu o comandante-geral da polícia, o chefe das casas de estado e o presidente das aquisições de bens do estado. (RM Blantyre)
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