Um grupo de organizações não-governamentais (ONG) uniu-se para exigir medidas urgentes para travar a propagação da poliomielite na Faixa de Gaza, alertando hoje que "uma geração inteira está em risco de infecção" sem um cessar-fogo imediato.
Segundo o apelo de 20 ONG hoje divulgado, é crucial uma trégua no conflito no enclave entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas para vacinar cerca de 640 mil crianças com menos de 10 anos o mais depressa possível.
A confirmação do primeiro caso de poliomielite em 25 anos surge num contexto de conflito que se arrasta há cerca de dez meses e que levou ao colapso do sistema de saúde na Faixa de Gaza e ao abrandamento ou interrupção de qualquer esquema normal de vacinação.
As ONG, entre as quais a Action Against Hunger, a Oxfam e a Save the Children, pedem uma "acção imediata", avisando que "a resposta deve ser medida em horas, e não em semanas".
O apelo sublinha que se trata de uma doença bastante contagiosa, que pode provocar paralisia irreversível numa questão de horas.
"Estes rapazes e raparigas não têm o luxo do tempo", frisam as organizações, que consideram o reaparecimento do poliovírus uma consequência directa da destruição das infra-estruturas de água e saneamento e das restrições impostas por Israel.
As ONG exigem o acesso total de ajuda humanitária e a mobilidade irrestrita dentro da Faixa de Gaza, o que implica um cessar-fogo.
Para que uma campanha de vacinação seja eficaz, deve atingir 95% dos menores "e isto não pode acontecer numa zona de guerra activa", insiste o apelo.
Na segunda-feira, em declarações em Telavive após uma reunião com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que Israel concordou em apoiar os esforços de vacinação das crianças de Gaza contra a poliomielite, na sequência de um apelo da ONU.
"Estamos a trabalhar com o Governo israelita e penso que poderemos propor um plano nas próximas semanas. É urgente. É vital", indicou o secretário de Estado norte-americano.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de pessoas levadas como reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente. (RM-NM)
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