O Ministério do Interior do Zimbabwe anunciou hoje que deu instruções à polícia para permitir os comícios da oposição, nas vésperas das eleições de Agosto próximo, e depois de seis acções terem sido proibidas na semana passada.
"Pede-se aos comandantes da polícia que permitam aos partidos políticos celebrar encontros, a menos que existam razões realmente convincentes para os impedir", disse o ministro Kazembre Kazembe, numa nota interna dirigida à polícia e citada pela agência Efe.
"Recentemente, as redes sociais encheram-se de informações sobre partidos políticos a quem foi negado o direito de celebrar manifestações, o que levou a violentos confrontos com a polícia", reconheceu Kazembe no documento, sublinhando que estes incidentes "afectam gravemente a integridade do processo eleitoral".
A principal força da oposição, a Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC), liderada por Nelson Chamisa, tem vindo a denunciar os obstáculos que o grupo encontra, acusando a polícia de aliar-se com a União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF, no poder) para proibir mais de 90 das suas acções de pré-campanha desde a criação da coligação, em Fevereiro do ano passado.
Diferentes organizações defensoras dos direitos civis e humanos, como a Amnistia Internacional, têm denunciado uma crescente perseguição aos opositores, principalmente nas vésperas dos comícios, assim como a detenção, apenas com motivações políticas, de dirigentes da oposição.
O Zimbabué vai a eleições em agosto, nas quais o actual Presidente, Emmerson Mnangagwa, de 80 anos e no poder desde 2017, quando destituiu Robert Mugabe num golpe de Estado, busca a reeleição, contra Chamisa, de 45 anos. (RM-NM)
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